FAO: migrações são meio para reduzir desigualdades

FAO Apesar das dificuldades que podem gerar, as migrações são parte importante do desenvolvimento económico, social e humano e constituem um meio para reduzir as desigualdades, defendeu a FAO em Roma.

Nove em cada 10 refugiados estão nos países em desenvolvimento

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) apresentou na segunda-feira, 15, na sua sede, em Roma, um relatório sobre o «estado da alimentação e agricultura em 2018», centrado nas ligações entre migração, agricultura e desenvolvimento rural.

O documento, de 214 páginas, elaborado pelo director-geral da FAO, José Graziano da Silva, afirma que os países deviam conceber as migrações como uma opção e não como uma necessidade. As políticas sobre migrações, agricultura e desenvolvimento rural devem ser coerentes para garantir migrações seguras, ordenadas e regulares, defende o relatório, citado pela Prensa Latina.

O texto sublinha que o movimento de pessoas é complexo e multifacetado, indo desde a migração voluntária em busca de melhores oportunidades até à migração forçada, gerada por situações de perigo como conflitos e catástrofes.

A FAO pronuncia-se pela consolidação dos esforços a favor da paz e resiliência, ajustados às características de cada país e contexto, face à crise gerada pelas alterações climáticas.

O organismo de ONU lembra que, embora seja um tema que hoje gera preocupações, as migrações são tão antigas como a história da Humanidade. E informa que, entre 1990 e 2015, o número de migrantes aumentou de 153 para 248 milhões.

Destes 249 milhões de pessoas, 25 milhões foram refugiados devido a conflitos e crises, o que faz com que a migração internacional seja vista cada vez mais «como um importante desafio para os países de altos rendimentos que são os lugares de destino». Mas, esclarece o relatório, à escala mundial a migração internacional é um fenómeno muito menor que a migração interna: mais de mil e 300 milhões de pessoas residentes em nações em desenvolvimento migraram dentro do próprio país.

A FAO indica que nas regiões em desenvolvimento com taxas de urbanização elevadas, a migração rural representa pelo menos metade dos movimentos internos, destacando-se a África subsaariana, onde essa proporção supera os 75%.

Outros dados revelam que, dos quase 66 milhões de deslocados em 2016 por força de perseguições, conflitos, violência generalizada e violações dos direitos humanos, 40 milhões foram internos e os restantes refugiados e pedintes de asilo.

Os países de destino de altos rendimentos, aclara o relatório da FAO, encaram cada vez mais a migração internacional como um grave problema, mas 85% dos refugiados mundiais são acolhidos pelos países em desenvolvimento – o que equivale a quase nove em cada 10 refugiados.




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