Dezembro de 1805 – Nasce William Lloyd Garrison

«Tenho ver­gonha do meu país. Estou farto da nossa de­cla­ração sem sen­tido em prol da li­ber­dade e da igual­dade; do nosso hi­pó­crita canto sobre os di­reitos ina­li­e­ná­veis do homem». As pa­la­vras de Wil­liam Lloyd Gar­rison, pro­fe­ridas em 4 de Julho 1829, pouco mais de meio sé­culo de­pois da de­cla­ração de in­de­pen­dência dos EUA, tra­duzem os sen­ti­mentos que ani­maram a vida da­quele que foi um dos mais mi­li­tantes e firmes abo­lo­ci­o­nistas dos Es­tados Unidos. Jor­na­lista, re­for­mador e ac­ti­vista po­lí­tico, Gar­rison editou o jornal abo­li­ci­o­nista Li­be­rator e co-fundou a Ame­rican Anti-Sla­very So­ciety, de­fendeu a eman­ci­pação e o di­reito de voto das mu­lheres, em­pe­nhou-se na de­fesa dos di­reitos civis para os ne­gros. Tido como o «in­ventor» da de­so­be­di­ência civil, Gar­rison ad­vo­gava a «não vi­o­lência», mas isso não o im­pedia de de­sejar su­cesso à «in­sur­reição de es­cravos». Como o pró­prio afirmou em 1859, «sempre que há uma dis­puta entre o opri­mido e o opressor, (...) o meu co­ração deve estar com os opri­midos e sempre contra o opressor (...) Glória aos que morrem pela causa da li­ber­dade!». Morreu em 1879. A men­sagem que deixou aos seus con­ter­râ­neos per­ma­nece vá­lida: as cor­rentes que pren­diam os seus es­cravos apri­si­o­na­riam a sua cons­ci­ência até serem re­mo­vidas.