LUTA A adesão expressiva dos enfermeiros à greve de dias 20 e 21 evidenciou a sua enorme insatisfação com o Governo, que não resolve os problemas apontados e ainda cria novos, acusaram os sindicatos.
A afirmação foi feita no dia 21, na apresentação do balanço da greve, com anúncio de novas acções, por dirigentes do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP/CGTP-IN), do SERAM, da ASPE e do Sindepor, as estruturas que convocaram a paralisação nacional de dois dias, com o principal objectivo de alterar a posição do Governo na negociação da carreira de Enfermagem.
Em conferência de imprensa e num comunicado conjunto, os quatro sindicatos indicaram uma adesão média de 80,4 por cento à greve. A acusação ao Governo foi justificada em quatro pontos:
– no descongelamento das progressões, não promove a justa contagem de pontos (anos de serviço) a todos os enfermeiros, independentemente do vínculo (contrato de trabalho em funções públicas e contrato individual de trabalho), assim aumentando as actuais injustiças;
– não concretiza o pagamento do suplemento remuneratório a todos os enfermeiros especialistas;
– não admite o número de enfermeiros de acordo com as necessidades identificadas pelas instituições;
– apresenta uma inadmissível proposta de carreira de Enfermagem, contrária aos compromissos assumidos.
Uma nova reunião com o Governo está marcada para dia 4 de Outubro, quinta-feira. Os sindicatos revelaram já que decidiram novas acções para dar seguimento à luta, caso não seja apresentada uma nova proposta, que vá ao encontro das reivindicações dos enfermeiros.
Vão ser convocadas greves para os dias 10 (apenas nas instituições hospitalares) e 11 (em todo o sector público).
Na semana seguinte, as greves estão marcadas para dias 16 e 17 (exclusivamente nas instituições hospitalares), dia 18 (apenas nos Cuidados de Saúde Primários) e dia 19 (em todas as instituições do sector público). No dia 19, em Lisboa, ocorrerá uma «manifestação da Enfermagem portuguesa».
No primeiro dia da greve, Carla Cruz deslocou-se ao Hospital de São José, em Lisboa, para expressar solidariedade aos dirigentes sindicais e outros elementos do piquete de greve. A deputada comunista reiterou que o Partido exige que o Governo clarifique as suas verdadeiras intenções relativamente ao Serviço Nacional de Saúde e que cumpra o Orçamento do Estado de 2018 no que se refere às progressões.