- Nº 2339 (2018/09/27)

Mais sanções dos EUA contra China e Rússia

Internacional

PROTESTO A China protestou energicamente contra as sanções aplicadas pelos EUA contra uma sua empresa estatal militar e exigiu que Washington cesse de interferir nas suas relações com outros países.

O Ministério da Defesa chinês expressou, no domingo, 22, a sua indignação e o seu desacordo com as medidas «punitivas» dos EUA contra o Departamento de Desenvolvimento de Equipamentos, no seguimento da compra à Rússia de aviões de combate e mísseis.

Em linguagem dura, o ministério chinês considerou a acção da Casa Branca uma violação grosseira de normas básicas das relações internacionais e uma manifestação de pretensa hegemonia das potências ocidentais. Ao contrário, acentuou, a cooperação sino-russa em matéria de defesa é um exemplo de inter-acção respeitadora das leis entre nações soberanas, pelo que os EUA não têm qualquer direito de se intrometer.

Antes, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês tinha exigido aos EUA o cancelamento das sanções financeiras anunciadas no dia 20, alertando para as «sérias consequências» que podem advir se Washington persistir nessas «práticas irracionais».

A chancelaria chinesa defendeu os laços entre Pequim e Moscovo, reafirmou que se baseiam nos princípios de equidade, confiança e benefícios recíprocos e assegurou que não ameaçam terceiros. «Continuaremos a trabalhar com a Rússia para implementar os consensos alcançados pelos nossos dirigentes e elevar a um nível superior a coordenação estratégica», acrescentou.

Foi a segunda vez numa semana que Washington anunciou medidas contra Pequim, depois das novas taxas aduaneiras sobre importações de produtos da China, cujo governo já deixou clara a sua firme oposição a acções sustentadas em leis estrangeiras e aplicadas a seus cidadãos ou empresas.

Também a Rússia foi alvo de mais sanções dos EUA, que acrescentou à sua «lista negra» 33 indivíduos e entidades dos sectores militar e das informações, incluindo a fábrica de aviões Sukhoi. Desde 2011, este foi o 60.º pacote de restrições estado-unidenses contra a Rússia.