- Nº 2339 (2018/09/27)

Sindicatos brasileiros unidos contra projecto fascista

Internacional

ELEIÇÕES No Brasil, continua tensa a campanha para as eleições de 7 de Outubro, decisivas para o futuro do país. As principais centrais sindicais denunciam o perigo de um «retorno à ditadura militar».

Seis centrais sindicais brasileiras adoptaram uma posição comum de repúdio à candidatura de Jair Bolsonaro à presidência da República.

O documento «Sindicalistas contra o projecto fascista de Bolsonaro» é assinado pela Força Sindical, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, Nova Central Sindical, Intersindical e Conlutas.

Os sindicalistas afirmam que Bolsonaro representa o contrário de tudo o que o movimento sindical defende para os trabalhadores. «O horizonte que ele nos apresenta é o de um país marcado pela exploração do trabalhador, pela violência, pelo racismo, pela discriminação, pela repressão, pela delapidação do património nacional, pelo desrespeito aos direitos humanos e pelo desrespeito aos direitos democráticos, garantidos na Constituição, e ameaça de retorno à ditadura militar», defendem. 

Nos últimos dias, os candidatos Fernando Haddad, à presidência, e Manuela d’Ávila, à vice-presidência, que encabeçam a coligação «O povo feliz de novo», prosseguem as acções de campanha.

No sábado, 22, Haddad, do Partido dos Trabalhadores (PT), e Manuela, do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), mobilizaram uma multidão no centro do Recife, capital estadual de Pernambuco. Segundo a candidata comunista, numa conversa com internautas, esta terá sido a maior iniciativa de campanha até ao momento.

No comício, com palavras de ordem como «Lula livre» e «Haddad presidente», o candidato do PT relembrou o legado do ex-presidente no Nordeste. «Há gente que se queixa porque o Nordeste cresceu mais do que a média nacional. Isso aconteceu porque a primeira vez que um presidente olhou para o Nordeste foi no governo Lula. Porque ele sabia a dívida histórica com o Nordeste, na educação e na saúde», afirmou, citado pelo Portal Vermelho.

Noutro evento, em São Paulo, Haddad e Manuela destacaram as realizações dos governos progressistas de Lula e Dilma Roussef e criticaram as políticas neoliberais do presidente Temer.

«Nós queremos retomar o nosso projeto para que o Brasil volte a ser feliz de novo. Há muita tristeza e muita intolerância na rua», disse Haddad. Segundo ele, as urnas vão dar uma resposta a esse desastre feito contra o Brasil. «O dia 7 está chegando e haverá um acerto de contas democrático para ser feito. Eles deram um golpe e tiveram três anos para mostrar a que vieram. Vieram a nada, só cortaram os direitos dos trabalhadores, das mulheres, dos negros. É hora de a gente retomar o nosso projeto», afirmou.