O tempo é de avançar com o reforço do PCP

ORGANIZAÇÃO Passada a Festa do Avante!, e aproveitando o seu impulso, está colocado ao colectivo partidário avançar de forma confiante e audaciosa no reforço da organização, intervenção e influência do PCP. Se já muito foi feito, é ainda mais o que está por fazer.

O reforço do Partido é prioritário até final do ano

Quase que não seria necessário referir a importância que assume, na complexa e desafiante situação nacional e internacional, um Partido Comunista Português maior, mais forte e mais influente. Único na natureza, objectivos e projecto, o PCP é uma força insubstituível que urge reforçar a nível político, ideológico e organizativo. Ora, se este reforço do Partido é – e deve ser cada vez mais! – uma preocupação constante das organizações, quadros e militantes comunistas, é ao mesmo tempo uma tarefa nunca acabada: haverá sempre mais um novo militante para recrutar, um Avante! para distribuir, uma quota para cobrar, uma célula para criar…

Se é certo que a intensificação da luta de massas, o desenvolvimento da iniciativa política do Partido e, claro, o grande êxito que foi a 42.ª edição da Festa do Avante! criam condições favoráveis ao reforço do Partido, também é verdade que este não avança «naturalmente», sem que sejam concentrados esforços nesse sentido: daí o Comité Central ter aprovado, em Janeiro, uma resolução com as orientações e prioridades para o reforço do Partido a concretizar durante este ano.

Das 10 linhas de acção apontadas (ver caixa), todas elas decisivas, quatro há que assumem um carácter prioritário, pelo efeito dinamizador que podem ter sobre as restantes. São elas: a entrega do novo cartão de membro do Partido; o reforço da organização e intervenção nas empresas e locais de trabalho, desde logo a realização de cinco mil contactos com trabalhadores; a responsabilização de quadros; a afirmação prática dos princípios de funcionamento do Partido. Estas prioridades, como as restantes orientações, devem ser levadas à prática de forma integrada.

Até ao momento, já muito se avançou em todas as linhas definidas. Daqui em diante o tempo é de avançar de forma ainda mais decidida!

Questões prioritárias

Inserida na orientação estratégica de reforçar a organização e intervenção do Partido junto dos trabalhadores, nas empresas e locais de trabalho, a acção dos cinco mil contactos com trabalhadores é particularmente importante. E exigente, desde logo pelo que implica de cuidada organização e planificação e rigoroso cumprimento: identificar os trabalhadores a contactar, definir quem concretiza cada um dos contactos e levá-los à prática são questões decisivas.

Se a planificação está, no geral, concluída – estão praticamente definidos quem são, a nível nacional, os cinco mil trabalhadores a contactar –, a maioria dos contactos será concretizada nos próximos meses. Quanto às potencialidades desta acção, estão já à vista: no momento em que estavam consumadas perto de mil conversas, nas quais foram apresentadas as razões pelas quais importa reforçar o PCP, eram quase 400 os trabalhadores contactados que se tinham tornado militantes do Partido, enquanto muitos outros poderão seguir-lhes os passos em breve. Várias células foram entretanto criadas e reforçadas.

Também a entrega do novo cartão do Partido – assumida como uma grande acção de contacto com todos os militantes comunistas – encerra imensas potencialidades para sustentar um real reforço da organização partidária. No distrito de Lisboa, por exemplo, mais de 400 membros do Partido decidiram já aumentar o valor da sua quota e 100 aceitaram assumir tarefas permanentes, somando-se às largas centenas que já hoje o fazem. Muitos foram, também, os que manifestaram a intenção de passar a receber semanalmente o Avante!. No Porto, a Direcção da Organização Regional do Partido marcou uma jornada de entrega de cartões para o período entre os dias 23 e 30 deste mês.

A responsabilização de quadros por tarefas permanentes e a afirmação prática dos princípios de funcionamento do Partido são questões de relevância evidente, sobretudo num quadro em que a organização cresça e a intervenção se intensifique. E, como outras, são transversais às diferentes orientações definidas para este ano: assim, se recrutamento e responsabilização de quadros estão claramente ligados, este último relaciona-se também, por exemplo, com a realização de assembleias ou com a acção partidária junto dos trabalhadores.

Quanto aos princípios de funcionamento do Partido, consagrados nos Estatutos, são uma componente da identidade comunista e base essencial da força do Partido, pelo que têm que continuar a ser – e a sê-lo cada vez mais – uma preocupação constante das organizações partidárias a todos os níveis.

Organizar, dinamizar, mobilizar

Falar de princípios de funcionamento e responsabilização de quadros é falar, obrigatoriamente de assembleias de organização, onde aos mais variados níveis da estrutura partidária se analisa a situação política, económica e social, define prioridades e elege dirigentes. A nível nacional realizaram-se já, este ano, 114 assembleias. No Algarve, a Assembleia da Organização Regional, marcada para meados de Dezembro, está a ser antecedida pela realização de assembleias concelhias: oito foram já realizadas e duas estão marcadas para Outubro. Em Lisboa, foram realizadas até ao momento 41 – de freguesia, concelhias, de empresas e sectores.

No que respeita a linhas de reforço como a imprensa do Partido, a propaganda e os fundos, importa sobretudo responsabilizar quadros por essas tarefas em todos os organismos partidários e, no caso da imprensa (e em particular do Avante!), alargar e rejuvenescer a rede de difusores. Por mais importância que tenham, e têm, as vendas especiais, o que realmente importa é alargar a distribuição regular por via orgânica: o recrutamento, a responsabilização de quadros, a entrega do novo cartão e os cinco mil contactos assumem, também nesta matéria, uma importância determinante.


Dez orientações para um Partido mais forte

Na resolução do Comité Central de 20 e 21 de Janeiro foram definidas orientações, prioridades e medidas visando o reforço do Partido que incidem em 10 questões centrais:

1) Trabalho de direcção, responsabilização de quadros e formação política e ideológica;

2) Militância e o novo cartão de membro do Partido;

3) Recrutamento e integração dos novos militantes;

4) Organização e intervenção nas empresas e locais de trabalho;

5) Organizações locais;

6) Trabalho partidário com camadas e sectores sociais específicos;

7) Propaganda e difusão da imprensa partidária;

8) Meios próprios e independência financeira;

9) Realização de assembleias das organizações partidárias;

10) Organização e princípios de funcionamento.




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