Greves na Barraqueiro reclamam novas propostas
UNIDADE Os trabalhadores das empresas do Grupo EVA, com a forte adesão à greve de dois dias, mostraram que estão determinados na luta por aumentos salariais e pelo fim das práticas discriminatórias.
A discriminação serve para pagar ainda menos aos trabalhadores
O Grupo EVA (que por seu turno faz parte do Grupo Barraqueiro) tem de voltar à negociação com outras propostas, salientou a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações, no dia 9, quinta-feira, depois das concentrações realizadas na manhã do primeiro dia de greve dos trabalhadores da EVA Transportes, Próximo (PXM), Translagos e Frota Azul. As concentrações tiveram lugar no exterior da gare rodoviária de Faro, das oficinas da EVA em Portimão e do terminal rodoviário de Sete Rios, em Lisboa.
No dia seguinte, ao informar que a adesão à greve se manteve em 85 por cento, a Fectrans/CGTP-IN realçou a determinação demonstrada pelos trabalhadores, alertando que o descontentamento visível «é a ponta do icebergue daquilo que se passa nas empresas de todo o Grupo Barraqueiro».
A federação reiterou as acusações de substituição de pessoal em greve e de tentativas de divisão, manobras que «de pouco servem» porque «os trabalhadores estão unidos». A Fectrans garantiu que «a luta não vai ficar por aqui, caso não se encontre um acordo rapidamente», e a delegação de Faro do seu sindicato (STRUP) adiantou que em Setembro poderá realizar-se uma concentração à porta do presidente da Barraqueiro.
Há cerca de um ano, a administração da EVA Transportes deu por encerradas, sem acordo, as negociações para unificar a aplicação do Acordo de Empresa, cuja caducidade tentara provocar sem sucesso.
A greve de 23 e 26 de Fevereiro acabou por ser desconvocada, porque a empresa recuou e decidiu aumentar salários em dois por cento, com efeitos a Janeiro. Realizaram-se greves a 13 e 14 de Junho e a 6 de Julho. Sob novo pré-aviso, a 3 de Agosto teve lugar uma reunião de representantes sindicais e patronais, no âmbito da DGERT (Ministério do Trabalho).
No dia 7 a federação confirmou a greve de dias 9 e 10, porque nos plenários a posição patronal foi considerada «insuficiente». A administração aceitava aumentar salários em Janeiro de 2019, no valor que o STRUP vier a negociar com a Antrop (associação patronal onde predomina o Grupo Barraqueiro); para chegar à uniformização nas três empresas, os salários seriam actualizados ao longo de 2019 e 2020.
No pré-aviso de greve na EVA Transportes, as reivindicações incluíram garantias por escrito de que a administração mantém o AE, aplicando-o na íntegra e a todos os trabalhadores da empresa; aumenta o salário-base dos motoristas para 750 euros, a partir de 1 de Janeiro e, em percentagem equivalente, o salário-base dos trabalhadores não motoristas.
Nas outras três empresas, é exigido um salário-base igual ao praticado na EVA Transportes (hoje de 662,80 euros) e aumento do subsídio de refeição, incluindo refeições em serviço.