- Nº 2332 (2018/08/9)

Altice deve recuar no Funchal

Trabalhadores

O PCP desafiou a MEO (Altice Portugal) a anunciar que serão renovados os contratos com 29 trabalhadores do seu call-center no Funchal, já notificados do despedimento, e a garantir formalmente que estão anuladas todas as orientações no sentido de os dispensar.

Num comunicado de dia 6, segunda-feira, a Organização da Região Autónoma da Madeira do Partido reafirmou que naquele local de trabalho há despedimentos e a multinacional «aplica a “lei da selva”» nas relações laborais.

Com o comunicado, foram divulgadas cartas de rescisão, enviadas a trabalhadores por três empresas de trabalho temporário, com efeitos a partir de 13 ou 23 de Agosto. Assim é comprovado como «29 trabalhadores, alguns há quatro e cinco anos a trabalhar no call-center da Madeira, foram já formalmente informados sobre a intenção de não renovação dos contratos».

No dia 3, sexta-feira, o coordenador regional do PCP, Edgar Silva, e outros camaradas, tinham estado junto às instalações da antiga Portugal Telecom, na Avenida Zarco, numa iniciativa pública de solidariedade com os trabalhadores com despedimento anunciado. No dia seguinte, a Altice Portugal rejeitou as acusações, num «esclarecimento» citado pela agência Lusa.

Nesse comunicado, no entanto, o Partido vê a confirmação de que a empresa «não tem “colaboradores com vínculo directo” na Região Autónoma da Madeira», o que significa que, para o funcionamento dos seus call-centers, conta com cerca de 280 trabalhadores, «todos em regime de sub-contratação em empresas subsidiárias criadas para manter a “lei da selva”». Desta forma, a MEO (Altice) «confirma que nos seus call-centers nenhum trabalhador é seu, portanto explora um esquema de sub-contratação».

Anteontem, dia 7, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual realizou uma acção de protesto junto ao edifício da MEO no Funchal, garantindo total empenho no apoio aos 29 trabalhadores e na exigência de emprego estável e com direitos.