A povoação mineira de Nerva, na província de Huelva, Andaluzia, alberga uma das maiores valas comuns da guerra civil espanhola em zona rural, testemunho da bestialidade da vingança franquista contra a resistência mineira ao avanço do fascismo. Estima-se que a vala, aberta ao longo de todo o muro da fachada do cemitério de Nerva, contenha entre 500 a 2000 vítimas. Após ataques aéreos, a população ter-se-á rendido, a 26 de Agosto, a troco de «não mais sangue», mas os franquistas não respeitaram o acordo e levaram a cabo o massacre. As primeiras escavações arqueológicas, que permitiram já recuperar centenas de corpos, trouxeram à luz a brutal repressão de que foram alvo os executados. A vala comum de Nerva, declarada Lugar de Memória Histórica da Andaluzia em 2013, continua a ser explorada. Em Março de 2017, a Junta da Andaluzia aprovou a lei da Memória Histórica e Democrática que na exposição de motivos refere, entre outros aspectos, ser «imprescindível recordar e honrar os que se esforçaram por conseguir um regime democrático na Andaluzia», os que «lutaram contra a ditadura franquista», e lembra que foram os trabalhadores, as forças da cultura, as organizações políticas e sociais as pricipais vítimas da guerra civil e do pós-guerra.