A Paz diz-nos respeito a todos

DESARMAMENTO No 73º aniversário dos bombardeamentos nucleares de Hiroxima e Nagasáqui, o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) reafirma a «necessidade e urgência» de pôr fim ao armamento nuclear.

Importa fortalecer a acção a favor da paz

O CPPC considera, em comunicado emitido a 6 de Agosto, que recordar os bombardeamentos nucleares de Hiroxima e Nagasáqui, os mais de 100 mil mortos nas explosões, todos aqueles que acabariam por falecer devido aos  ferimentos e os sobreviventes e seus descendentes que ainda hoje sofrem os efeitos destes crimes, vai muito além de um «exercício de memória» ou «acto solene de respeito».
É portanto necessário não apenas relembrar os crimes cometidos pelos EUA contra alvos civis de um Japão já praticamente derrotado, como também alertar para os riscos dos actuais arsenais nucleares que, com maior dimensão e potência, trariam horrores muito superiores aos vividos nas duas cidades japonesas.
Existindo actualmente cerca de 16 mil ogivas nucleares, a utilização de uma pequena parte destes arsenais seria suficiente para causar destruição a um nível que ameaçaria gravemente a vida na Terra, quer através dos milhões que pereceriam nas explosões, quer através das alterações climáticas, causadas por uma guerra nuclear, que afectariam em termos inimagináveis o ambiente.
Das 16 mil ogivas nucleares, a grande maioria (15 mil) pertencem aos EUA e à Federação Russa, sendo que as restantes estão «nas mãos da França (300), China (270), Grã-Bretanha (215), Paquistão (120-130), Índia (110-120), Israel (80) e República Popular Democrática da Coreia (menos de 10)». O CPPC lembra ainda que países como a Alemanha, Bélgica, Holanda, Itália e Turquia acolhem armas nucleares dos EUA, sendo que se encontram armas nucleares norte-americanas espalhadas pelo mundo «em centenas de bases militares e esquadras navais».
É neste contexto de perigo e incerteza, que o CPPC realça a importância de fortalecer a acção a favor da Paz e de um «desarmamento geral, simultâneo e controlado», reafirmando a validade e necessidade da campanha em curso pela adesão de Portugal ao Tratado de Proibição de Armas Nucleares, acção em que se insere uma petição que já recolheu mais de 13 mil assinaturas em todo o país. O CPPC considera que «Portugal deve assinar e ratificar este Tratado e contribuir activamente para um mundo sem armas nucleares.» É nesta perspectiva de luta pela paz e pelo desarmamento que o CPPC afirma que «A Paz diz-nos respeito a todos e está nas mãos de todos conquistá-la e defendê-la».

 



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