ABANDONO O presidente Trump anunciou que os EUA se retiram unilateralmente do acordo nuclear com o Irão, assinado em 2015 entre Teerão e seis países. As Nações Unidas reagiram com muita preocupação.
Três dias antes do prazo limite de 12 de Maio que ele próprio havia estabelecido para tomar uma decisão, Donald Trump confirmou, na terça-feira, 8, que o seu país abandona o chamado Plano Integral de Acção Conjunta, subscrito pelo Irão e o Grupo 5+1 (EUA, Grã-Bretanha, França, Rússia e China, mais Alemanha).
O acordo internacional estabelece, a troco do levantamento das sanções económicas ocidentais, o fim do programa nuclear do Irão. O cumprimento do tratado foi fiscalizado por organismos internacionais, que confirmaram o seu cumprimento por Teerão.
Trump, depois de repetir acusações sobre o suposto apoio do Irão ao «terrorismo», afirmou no seu discurso, a partir da Casa Branca, que os EUA vão impor sanções de «alto nível» ao Irão. Disse que tem provas «definitivas» de que o governo iraniano continua a avançar com o programa nuclear apesar do acordo assinado.
Nos últimos dias, Trump e alguns membros do seu gabinete, como o secretário de Estado Mike Pompeo, reiteraram que encaram o Irão como uma ameaça à segurança nacional e aos interesses estado-unidenses no Médio Oriente, em consonância com declarações semelhantes dos dirigentes de Israel.
Vários dirigentes de países aliados dos EUA – o francês Emmanuel Macron, a alemã Angela Merkel, o britânico Boris Johnson – tentaram, nas últimas semanas, dissuadir o presidente norte-americano de romper o acordo assinado pelo seu antecessor, Barak Obama.
As primeiras reacções à decisão de Trump foram de condenação.
Samantha Power, ex-embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, disse que a decisão demoliu a credibilidade da administração norte-americana.
O secretário-geral da ONU manifestou-se «profundamente preocupado» com o anúncio de Washington de romper o acordo e restabelecer sanções contra o Irão. António Guterres pediu aos signatários do convénio que cumpram plenamente os seus compromissos e apelou aos estados membros das Nações Unidas para continuarem a apoiar o convénio.