Museu da Resistência e da Liberdade é conquista de todos os antifascistas

MONUMENTO O Museu Nacional da Resistência e Liberdade, na Fortaleza de Peniche, vai ter 11 núcleos, segundo um guião entregue, sexta-feira, ao ministro da Cultura. A inauguração está anunciada para 27 de Abril de 2019.

A criação do Museu é um acto de elementar justiça

Segundo o documento apresentado pela Comissão de Instalação dos Conteúdos e da apresentação Museológica do futuro museu, o primeiro dos 11 núcleos será dedicado ao Parlatório, que evocará as condições em que decorriam as visitas aos presos políticos, bem como a solidariedade da população de Peniche para com os presos – e as suas famílias –, e com as fugas.

O segundo e o terceiro núcleos serão memoriais da história da Fortaleza e de todos os que se sacrificaram pela conquista da liberdade e democracia, ao passo que o quarto e o quinto núcleos recordarão como foi o regime fascista e o sistema policial e repressivo.

O núcleo 6 é dedicado ao colonialismo e à guerra colonial, o núcleo 7 conta a história da resistência antifascista e anticolonialista, e o núcleo 8 recorda as fugas de presos políticos do sistema repressivo policial.

Os três últimos núcleos evocam o 25 de Abril, a libertação dos presos políticos do Forte de Peniche e a cadeia do Forte de Peniche, havendo ainda outros espaços com conteúdos específicos, como a «Cela Álvaro Cunhal», que será individualizada com uma placa exterior com a ficha prisional e referências ao trabalho intelectual e artístico aí desenvolvido.

PCP saúda passo dado

Na sexta-feira, 27, por iniciativa do PCP e da CDU, a Assembleia Municipal de Peniche aprovou uma moção, com os votos contra do PSD, onde se associa à valorização do passo dado, 44 anos sobre a libertação dos presos políticos de Peniche, na recuperação, requalificação e valorização da Fortaleza de Peniche e na instalação do Museu Nacional da Resistência e da Liberdade, conforme anunciado pelo Governo.

No mesmo dia, a Comissão Concelhia de Peniche do PCP sublinhou que os conteúdos conhecidos no guião apresentado constituem, «a par da garantia dos meios financeiros para as obras e instalação do Museu Nacional, um importante contributo para que a Fortaleza de Peniche se venha a afirmar como um dos mais importantes monumentos nacionais» e para que Peniche se consolide «ainda mais no plano nacional e internacional», como «um concelho e uma cidade de resistência, liberdade e democracia».

Em nota de imprensa, os comunistas de Peniche saúdam «todos os democratas, antifascistas e patriotas que se mobilizaram para que fosse possível alcançar esta conquista», particularmente a União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), que, em colaboração com o município, «nunca se cansou, ao longo de muitos anos, de lutar e mobilizar em defesa da Fortaleza e da memória histórica da luta contra o fascismo, pela liberdade e a democracia».

Os ex-presos políticos e a população de Peniche foram, igualmente, evocados pelo PCP.

 



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