Século VIII – Mesquita de Córdova
«Nem Roma nem Paris, as cidades mais povoadas do Ocidente medieval cristão, em algum momento se aproximaram sequer do esplendor de Córdova, o maior núcleo urbano da Europa medieval». As eloquentes palavras do historiador francês CH. E. Dufourq ajudam a perceber o fascínio que continua a exercer a cidade conhecida como a «capital do Ocidente muçulmano» que tem como símbolo o mais importante monumento do Al-Andalus, a antiga Mesquita Aljama, a Mesquita – Catedral, actual Catedral de Nossa Senhora da Assunção. Edificada na margem do Guadalquivir, o acesso a Córdova desde tempos ancestrais, a mesquita foi erguida sobre ruínas romanas e visigóticas, incluindo o templo cristão dedicado a São Vicente, edificado em meados do século VI, de que ainda se pode apreciar vestígios no acervo museológico do monumento. A obra terá começado sob o reinado do primeiro emir omeya Abderramán I e sido concluída no mandato de Almançor. Local de culto, servia também para reuniões políticas, podendo acolher até vinte mil pessoas. A beleza e imponência do templo garantiram a sua sobrevivência após a reconquista cristã, em 1238, e apesar das obras efectuadas para a sua transformação em Catedral, a essência islâmica da Mesquita sobreviveu.