Contactar 5000 trabalhadores para afirmar o PCP e a luta

OR­GA­NIZAÇÃO Os co­mu­nistas pre­tendem con­tactar cinco mil tra­ba­lha­dores para lhes apre­sentar as ra­zões que jus­ti­ficam a adesão e re­forço do PCP. Am­pliar a or­ga­ni­zação e dar mais força à luta são ob­jec­tivos.

A acção de con­tactos re­pre­senta um novo es­tilo de tra­balho par­ti­dário

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Esta é uma das me­didas cons­tantes da Re­so­lução do Co­mité Cen­tral, apro­vada no pas­sado mês de Ja­neiro, sobre o re­forço do Par­tido. O do­cu­mento aponta como linha fun­da­mental de acção, entre ou­tras, o re­forço da or­ga­ni­zação e in­ter­venção nas em­presas e lo­cais de tra­balho, «ele­mento cen­tral da sua na­tu­reza de classe, do seu re­forço, da in­ten­si­fi­cação e alar­ga­mento da luta de massas, da con­cre­ti­zação dos seus ob­jec­tivos e pro­jecto». Esta am­bi­ciosa acção de con­tactos in­sere-se nessa linha.

Uma ta­refa desta di­mensão e exi­gência re­quer uma cui­dada or­ga­ni­zação e pla­ni­fi­cação, só ao al­cance de um co­lec­tivo re­vo­lu­ci­o­nário como o PCP. Em pri­meiro lugar, há que iden­ti­ficar os tra­ba­lha­dores a con­tactar, pri­o­ri­zando-se desde logo os ac­ti­vistas e di­ri­gentes sin­di­cais, mem­bros de co­mis­sões de tra­ba­lha­dores e de hi­giene, saúde e se­gu­rança e ou­tros que se des­ta­quem nas lutas em de­fesa dos di­reitos, e de­finir com cla­reza quem con­cre­tiza cada um desses con­tactos. O re­gular con­trolo de exe­cução as­sume igual­mente uma im­por­tância de­ter­mi­nante.

Como é evi­dente, o con­tacto com tantos tra­ba­lha­dores abre portas a um amplo re­cru­ta­mento para o Par­tido, e tão ne­ces­sário que ele é para elevar con­si­de­ra­vel­mente a sua ca­pa­ci­dade de or­ga­ni­zação e in­ter­venção nas em­presas e lo­cais de tra­balho. No con­tacto com estes 5000 tra­ba­lha­dores, o re­cru­ta­mento para o Par­tido deve estar no centro das aten­ções, de­vendo também ele ser di­ri­gido, or­ga­ni­zado e pla­ni­fi­cado.

Ques­ti­onar, de­sa­fiar, mo­bi­lizar

Porém, não se está pe­rante uma cam­panha de 5000 re­cru­ta­mentos para o Par­tido. Do que se trata é da con­si­de­ração de um es­tilo de tra­balho novo, que passa por abordar os tra­ba­lha­dores para que re­flictam sobre ques­tões tão va­ri­adas e de­ci­sivas quanto a ex­plo­ração ca­pi­ta­lista, a po­lí­tica de di­reita, o papel de­ci­sivo da luta de massas, a al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda, o pro­jecto de cons­trução de uma nova so­ci­e­dade – o so­ci­a­lismo e o co­mu­nismo.

Nestes con­tactos – ou, me­lhor di­zendo, nestas con­versas – há di­versos as­suntos que devem, com van­tagem, ser abor­dados, a co­meçar pela ac­tual si­tu­ação po­lí­tica, com as con­tra­di­ções que en­cerra: os avanços al­can­çados e as li­mi­ta­ções que sub­sistem, sua origem e mo­ti­va­ções; a der­rota do PSD/​CDS nas elei­ções de 2015, a nova cor­re­lação de forças e o papel do PCP na so­lução po­lí­tica en­con­trada; a pos­si­bi­li­dade e ne­ces­si­dade de se ir mais longe na re­cu­pe­ração, de­fesa e con­quista de di­reitos; e as op­ções de classe do PS, que im­pedem novos e mais pro­fundos avanços.

Outra questão que terá de ser su­bli­nhada é o papel de­ci­sivo da luta or­ga­ni­zada dos tra­ba­lha­dores e do povo, quer para der­rotar o PSD/​CDS quer para abrir ca­minho a avanços em favor dos tra­ba­lha­dores e do povo. Mas a im­por­tância da luta or­ga­ni­zada da classe ope­rária e dos tra­ba­lha­dores é es­tra­té­gica, as­su­mindo-se como o motor da luta. Os di­reitos de que os tra­ba­lha­dores hoje be­ne­fi­ciam re­sul­taram da sua luta. Da mesma forma que só o seu pros­se­gui­mento e apro­fun­da­mento per­mi­tirão a de­fesa e apro­fun­da­mento desses di­reitos e a con­quista de novas ga­ran­tias.

Par­tido da de­mo­cracia
e do so­ci­a­lismo

O papel do PCP deve também ser evi­den­ciado nesta grande acção de con­tacto com os tra­ba­lha­dores. Desde logo, pelo seu papel de­ter­mi­nante na adopção de um rumo de re­po­sição, de­fesa e con­quista de di­reitos, não ha­vendo uma única me­dida po­si­tiva que não tenha a sua marca e con­tri­buição de­ci­sivas. No es­sen­cial, está-se pe­rante me­didas que o PS não de­fendia e nunca acei­taria se ti­vesse mai­oria ab­so­luta, como aliás nunca aceitou no pas­sado.

Re­alçar o com­pro­misso prin­cipal do PCP com os tra­ba­lha­dores, o povo e o País e a sua total au­to­nomia de de­cisão po­lí­tica (de­ter­mi­nada sempre por esse mesmo com­pro­misso) é outro as­pecto que de­verá ser va­lo­ri­zado, a par da pro­posta de po­lí­tica al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda, sua na­tu­reza, al­cance e eixos prin­ci­pais. É ainda fun­da­mental ex­pli­citar os ob­jec­tivos es­tra­té­gicos do Par­tido, pro­fun­da­mente li­gados com a sua acção quo­ti­diana: a luta por uma de­mo­cracia avan­çada como parte in­te­grante da luta mais geral pela cons­trução, em Por­tugal, de uma so­ci­e­dade livre da ex­plo­ração ca­pi­ta­lista – o so­ci­a­lismo e o co­mu­nismo.
 

Ir ao con­creto

Se é evi­dente que no con­tacto com os tra­ba­lha­dores é fun­da­mental su­bli­nhar os traços es­sen­ciais da si­tu­ação po­lí­tica, o ca­rácter es­tra­té­gico da luta e o papel de­ci­sivo do PCP, é igual­mente ful­cral ir ao con­creto, à si­tu­ação es­pe­cí­fica de cada uma das em­presas e às ques­tões sobre as quais o Par­tido po­derá in­tervir. E, so­bre­tudo, ao con­tri­buto que cada um dos tra­ba­lha­dores po­derá dar para alargar e in­ten­si­ficar a luta e re­forçar a in­ter­venção e or­ga­ni­zação do PCP.

Assim, os qua­dros do Par­tido que pro­ta­go­ni­zarem estes con­tactos de­verão estar pre­pa­rados e dis­po­ní­veis para res­ponder a ques­tões e es­cla­recer dú­vidas que possam ser co­lo­cadas re­la­ti­va­mente ao PCP, à sua ac­ti­vi­dade e po­si­ções. Aos tra­ba­lha­dores de­verá ser co­lo­cada aber­ta­mente a pro­posta de adesão ao Par­tido, ex­pli­cando-lhes o papel de­ter­mi­nante dos mi­li­tantes na acção par­ti­dária e a ne­ces­si­dade da par­ti­ci­pação de cada um para o re­forço do Par­tido e, com ele, da luta dos tra­ba­lha­dores e do povo.

Na­tu­reza de classe do PCP
con­sa­grada nos Es­ta­tutos

«1. O Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês (PCP), fun­dado em 6 de Março de 1921, é o par­tido po­lí­tico do pro­le­ta­riado, o par­tido da classe ope­rária e de todos os tra­ba­lha­dores por­tu­gueses.

2. O PCP é a van­guarda da classe ope­rária e de todos os tra­ba­lha­dores. O papel de van­guarda do Par­tido de­corre da sua na­tu­reza de classe, do acerto das suas aná­lises e da sua ori­en­tação po­lí­tica, do pro­jecto de uma nova so­ci­e­dade, da co­e­rência entre os prin­cí­pios e a prá­tica, e da ca­pa­ci­dade de or­ga­nizar e di­rigir a luta po­pular em li­gação per­ma­nente, es­treita e in­dis­so­lúvel com as massas, mo­bi­li­zando-as e ga­nhando o seu apoio.

3. O PCP or­ga­niza nas suas fi­leiras os ope­rá­rios, os em­pre­gados, os pe­quenos e mé­dios agri­cul­tores, os in­te­lec­tuais e qua­dros téc­nicos, pe­quenos e mé­dios co­mer­ci­antes e in­dus­triais, ho­mens e mu­lheres, que lutam contra a ex­plo­ração e a opressão ca­pi­ta­listas, pela de­mo­cracia, pelo so­ci­a­lismo e o co­mu­nismo.»

in Es­ta­tutos do Par­tido Co­mu­nista Por­tu­guês, art.º 1.º

 



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