Assassinato de vereadora mobiliza contra discriminação

BRASIL Milhares de brasileiros têm saído à rua para repudiar a brutalidade policial direccionada aos pobres e negros. Os protestos foram desencadeadas pela execução, quarta-feira, 14, da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco.

As balas usadas são iguais às das forças federais

A última grande manifestação ocorreu no domingo, 18, na favela da Maré, onde a eleita de 38 anos viveu boa parte da sua vida e se notabilizou na defesa dos direitos dos explorados e excluídos. Isto depois das grandes acções de massas realizadas na quinta-feira, 15, nas principais cidades do país, particularmente no Rio de Janeiro, onde Marielle Franco era vereadora desde 2016.

Em Lisboa e no Porto, no passado fim-de-semana, também ocorreram actos de repúdio pelo assassinato da activista e contra o racismo que, afirmou-se, está subjacente à intervenção policial direccionada a pobres e negros no Brasil.

Marielle Franco e o seu motorista foram assassinados após a vereadora ter saído de um encontro com mulheres negras, parte da agenda política que desenvolvia de forma ainda mais intensa nos últimos dias para denunciar as consequências e natureza violenta e discriminatória das operações repressivas lançadas pelo governo golpista brasileiro nas favelas do Rio de Janeiro.

Os elementos conhecidos da investigação indicam que a viatura em que seguia Marielle Franco foi seguida por dois automóveis e que a vereadora e o condutor Anderson Gomes foram mortos a tiro sem roubo de pertences, sugerindo tratar-se de uma execução. A perícia confirmou ainda que as balas usadas são iguais às das forças federais brasileiras, e que os cartuchos não foram recarregados, descartando, assim, a possibilidade de crime cometido com projécteis desviados.

Dados divulgados pela Plataforma Fogo Cruzado concluem que desde que Michel Temer ordenou operações repressivas nas favelas do Rio de Janeiro, o número de homicídios com armas de fogo cresceu de 126 para 149, a maioria dos quais envolvendo agentes.

 



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