SÍRIA As forças da República Árabe Síria anunciam que a expulsão dos terroristas de Ghouta está próxima. Em Afrine, pelo contrário, a Turquia tomou a cidade com o apoio dos mercenários.
No domingo, 18, a Síria deu um ultimato aos grupos de mercenários que permanecem acantonados na zona oriental de Ghouta para que abandonassem a cidade situada nos arredores da capital, Damasco. O governo liderado por Bachar al-Assad desenvolve desde 18 de Fevereiro uma ampla ofensiva para reconquistar aquela região-chave, objectivo que, afirma, está cada vez mais próximo.
A confirmá-lo, o próprio presidente sírio deslocou-se no passado fim-de-semana às áreas libertadas (no total serão já cerca de 70 por cento da zona urbana) para saudar os combatentes e observar o êxodo humano que se desenrola de Leste para Oeste. Esta é a prova, sublinhou, de que a população foge ao cativeiro a que estava sujeita por parte dos terroristas, os quais estariam a usar civis como escudos humanos, o que aparentemente continua a suceder constituindo a base material das peças de propaganda que difundem sobre «os bombardeamentos do regime e da Rússia contra Ghouta Oriental».
O avanço das forças da República Árabe Síria em Ghouta permitiu abrir três corredores humanitários destinados à saída de mulheres, crianças e idosos das frentes de batalha. A saída de homens em idade de combater obedece a uma triagem mais apurada para impedir que os extremistas escapem entre a multidão, como, aliás, aconteceu noutros casos em oito anos de agressão à Síria.
As condições de sobrevivência em Ghouta permanecem porém extremas e a ajuda de emergência enfrenta obstáculos para chegar a quem dela necessita, colocados sobretudo pelas bolsas de resistência e pelas sortidas e atentados dos bandos armados, como aqueles que ocorreram anteontem vitimando mortalmente pelo menos 42 pessoas.
Rússia e Síria denunciam as dificuldades de fazer chegar o auxílio de emergência, o que é extensível à cidade de al-Raqqa, no Norte do país, atribuindo aos EUA a responsabilidade e apelando-lhes a que deixem de proteger os terroristas num e noutro local.
Afrine
Por outro lado, em Afrine, enclave curdo na Síria, a Turquia anunciou por estes dias a expulsão dos contingentes curdos que haviam derrotado na cidade o Estado Islâmico e filiados. Ancara promete não travar ali a ofensiva que iniciou a 20 de Janeiro, admitindo, além do mais, estendê-la até ao Norte do Iraque, onde os curdos predominam.
Damasco reclama a retirada imediata da Turquia de Afrine apelidando a campanha militar daquele país da NATO como uma invasão e ocupação. Os sírios dão também eco a relatos de civis que, em meio de um êxodo massivo, falam em crimes cometidos pelos bandoleiros «sírios» apoiados pela Turquia no combate à milícias curdas. Violações, saque de propriedade, tortura e execuções são alguns dos crimes que estarão a ser perpetrados em Afrine por turcos e aliados do chamado Exército Sírio Livre, estrutura que, está mais do que provado e é até reconhecido pelas altas esferas de Washington, acolhe todo o tipo de jihadistas, não se distinguindo, por isso, do Estado Islâmico ou da Frente al-Nusra, qualificadas oficialmente pelos norte-americanos como organizações terroristas.