Desfile nacional da Fiequimetal
No dia 1, quinta-feira, cerca de duas centenas de trabalhadores, dirigentes e delegados sindicais, de praticamente todos os distritos, desfilaram nas ruas de Lisboa com mensagens de reivindicação e luta.
Esta iniciativa da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas marcou o início de um «mês de esclarecimento, acção e luta», pelo aumento dos salários, por horários de trabalho humanizados, por melhores condições de trabalho, pelo combate efectivo à precariedade.
O encontro inicial ocorreu frente à sede da Groquifar, no topo da Avenida António Augusto Aguiar, pouco antes das 14 horas. A esta associação patronal, que se recusou a receber uma resolução aprovada no local, foi exigido que deixe de fugir às suas responsabilidades e retome com normalidade as negociações (através da sua divisão farmacêutica) com a Fiequimetal, sem atrasar mais um acordo salarial.
As palavras de ordem, os apitos e as buzinas, os cartazes e as faixas foram chamando a atenção dos transeuntes, à passagem da manifestação, pela Avenida Duque de Ávila, até à Alameda, para entrar na Avenida Guerra Junqueiro, onde o trânsito foi cortado. Enquanto uma delegação entregava na sede da ANIMEE a «carta reivindicativa» dos trabalhadores do sector de fabricação de material eléctrico e electrónico, os demais manifestantes fizeram ouvir os motivos do protesto e garantiram prosseguir a luta nas empresas.
A manifestação teve apenas de atravessar a Praça de Londres para chegar ao Ministério do Trabalho.
Numa resolução entregue ao chefe de gabinete do ministro, defende-se «que o Governo vá mais longe e tome medidas para reparar as injustiças que se mantêm no mundo do trabalho», «o que implica criar as condições para revogar as normas gravosas do Código do Trabalho». Regista-se também que aquele Ministério «tem como competência a promoção da negociação e da contratação colectiva e de políticas de emprego que nivelem por cima as relações de trabalho e coloquem fim ao recurso abusivo à contratação a termo e ao trabalho temporário».
EDP dá milhões
Para a sede da EDP, na Avenida 24 de Julho, onde estava a começar a apresentação dos resultados do grupo em 2017, a deslocação foi feita em caravana de autocarros e automóveis.
Confirmado mais um ano de lucros milionários (1113 milhões de euros) e de chorudas remunerações para os administradores, ficou mais evidenciada a falta de justificação para «a crescente precarização do trabalho, com recurso cada vez maior a empresas prestadoras de serviços» (como nos call-centers, lojas e back office) e para a posição da EDP nas negociações salariais para 2018, mantendo um valor irrisório (0,6 por cento).
Na sede da EDP, Rita Rato, deputada do PCP, manifestou solidariedade e apoio