- Nº 2309 (2018/03/1)

Luta por salários dignos vai prosseguir na Air France

Europa

FRANÇA Após o êxito da greve de dia 22, os principais sindicatos da companhia aérea Air France anunciaram novas acções para breve, lamentando a «surdez» da administração.

Num comunicado comum divulgado dia 23, as estruturas representativas dos pilotos (SNPL, Spaf e Alter), dos tripulantes (SNPNC, Unsa-PNC, CFTC e SNGAF) e do pessoal de terra (CGT, FO e SUD) asseguram que muito em breve irão ser convocadas novas acções para reclamar um aumento geral dos salários em seis por cento, deplorando a atitude inflexível da administração face a uma «reivindicação legítima», apesar do «grande sucesso da greve».

Dados dos sindicatos indicam que a greve foi seguida por 39 por cento dos pilotos, por 37,1 por cento dos tripulantes e 38 por cento do pessoal de terra, números que superam os divulgados pela empresa.

A frente sindical irá reunir novamente na próxima segunda-feira, dia 5, para decidir os passos seguintes da luta.

Entretanto, o sindicato dos pilotos lançou uma consulta aos associados sobre a marcação de uma ou várias greves, num período que pode ultrapassar os seis dias.

A administração da empresa decidiu aplicar unilateralmente um aumento considerado irrisório pelos sindicatos, já que estabelece uma valorização de 0,6 por cento em Abril e de 0,4 por cento em Outubro, ou seja, uma subida de apenas 0,55 por cento sobre os 12 meses do ano.

Os sindicatos lembram que os salários estão congelados há seis anos e que as sucessivas reestruturações da empresa já custaram cerca de dez mil postos de trabalho. Refutam ainda os argumentos da administração, considerando que a empresa tem condições financeiras para valorizar os salários.

Com efeito, os lucros do Air France-KLM aumentaram 42 por cento em 2017, totalizando 1488 milhões de euros, dos quais 588 pertencem à companhia francesa.

Os trabalhadores, que contribuíram decisivamente para a melhoria dos resultados, reclamam agora parte que têm direito. A companhia calcula que um aumento geral dos salários custaria 240 milhões de euros.