Numa nota do Gabinete de Imprensa divulgada no dia 21, o PCP considerou o Congresso do PSD, realizado dias antes, uma «clara tentativa de apagamento da memória da acção de destruição do País e dos direitos que este partido protagonizou a partir do governo, e de branqueamento das suas responsabilidades nos gravíssimos problemas estruturais que Portugal enfrenta». O Partido acusa ainda o PSD de procurar recuperar essa política de «agravamento da exploração, do empobrecimento e de desastre nacional».

Nessa nota, alerta-se para o significado das «expressões de consensualidade que marcaram o encontro de Rui Rio e António Costa» e o que elas revelam de «convergência de opções e posicionamentos» partilhadas por PSD e PS em matérias estruturais. O que Rui Rio designa como «nova fase no relacionamento [do PSD] com o Governo» e a assumida articulação entre PS e PSD para «reformas estruturais como a chamada “descentralização”» são elementos a registar. O Partido realça ainda que o PS e o seu Governo, «seguindo as suas opções de classe ao serviço do grande capital, assume cada vez mais a convergência com o PSD e o CDS», como ficou claro, por exemplo, com a rejeição da proposta do PCP sobre a reposição do valor do trabalho extraordinário.