1716 – A Arte de Negociar, de Callières

DI­REITOS RE­SER­VADOS

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Fran­çois de Cal­lières, di­plo­mata e homem de le­tras, se­cre­tário do ga­bi­nete de Luís XIV, pu­blicou de­pois da morte do mo­narca francês a obra «Como Ne­go­ciar com Prín­cipes», que dois sé­culos de­pois viria a ter um sur­pre­en­dente su­cesso. Co­nhe­cida como «A arte de ne­go­ciar», a obra de­fende a im­por­tância da di­plo­macia para a re­so­lução de con­flitos, ad­vo­gando que o prin­cipal ob­jec­tivo dos go­ver­nantes deve ser o de não re­correr às armas «en­quanto não tiver lan­çado mão e es­go­tado a via da razão e da per­su­asão». Quase es­que­cida após a sua pu­li­cação, a que não será alheio o con­texto da época e o facto de o rei­nado de Luís XIV ter sido mar­cado por per­ma­nentes guerras, o livro foi re­des­co­berto no início do sé­culo XX com a sua tra­dução em in­glês, tor­nando-se um clás­sico. Au­tên­tico ma­nual para o exer­cício da di­plo­macia, o tra­balho de Cal­lières foi re­e­di­tado em 1963, su­bli­nhando a im­por­tância da pro­cura de so­lu­ções pa­cí­ficas para os con­flitos, da ne­go­ci­ação como co­o­pe­ração e não como com­pe­tição. Tra­du­zida em di­versas lín­guas, in­cluindo o por­tu­guês, a Arte de Ne­go­ciar, mal­grado as li­mi­ta­ções pró­prias de­cor­rentes do tempo e da mu­dança de men­ta­li­dades, atra­vessou os sé­culos e mantém a sua ac­tu­a­li­dade.