DESIGUALDADE Os mais ricos que representam um por cento da população mundial arrecadaram mais de 80 por cento da riqueza criada no mundo em 2017, informa o relatório da Oxfam, divulgado esta segunda-feira, 22.
No documento «Recompensem o trabalho, não a riqueza», a organização não-governamental Oxfam revela que «actualmente existem 2043 multimilionários no mundo e nove em cada dez são homens», sendo que segundo o estudo a riqueza dos multimilionários aumentou 13 por cento ao ano em média desde 2010, seis vezes mais do que os aumentos dos salários pagos aos trabalhadores (2% ao ano).
A apresentação do relatório internacional da Oxfam, organização fundada em Oxford, Inglaterra, em 1942, ocorreu na véspera do Fórum Económico Mundial, a decorrer desde dia 23 e até amanhã, 26, na cidade suíça de Davos, com a presença dos principais líderes políticos e empresariais do mundo.
O texto, citado pela Lusa, indica que em 2017 a riqueza desse grupo aumentou 762 mil milhões de dólares (622,8 mil milhões de euros), uma verba suficiente para acabar mais de sete vezes com a pobreza extrema no mundo.
Os dados revelam ainda que metade da população mundial não teve qualquer benefício da riqueza criada no ano passado.
O maior aumento de sempre do número de bilionários não é um sinal de uma economia próspera, faz notar a Oxfam, mas antes um sintoma de um sistema extremamente injusto, já que mais de metade da população mundial tem um rendimento diário entre dois e dez dólares (entre 1,6 euros e 8,1 euros).
«Enquanto o 1% mais rico ficou com 27% do crescimento do rendimento global entre 1980 e 2016, a metade mais pobre do mundo ficou com 13%», refere o relatório, fazendo notar que a manter-se o «mesmo nível de desigualdade, a economia global precisaria de ser 175 vezes maior para permitir que todos passassem a ganhar mais de 5 dólares (4 euros) por dia».