MAIS FORÇA AO PCP MAIS AVANÇOS PARA O PAÍS
«O PCP afirma-se como a grande força portadora dessa política alternativa de que o País precisa»
Prossegue a campanha de mentira, manipulação e má-fé em torno das alterações à Lei de Financiamento dos Partidos e das Campanhas Eleitorais concentrada e coordenada por parte das forças do grande capital e dos sectores políticos mais reaccionários e ampliada pela comunicação social dominante. Trata-se de uma operação com ataques populistas aos partidos e em particular ao PCP, visando paralisar qualquer acção de valorização das condições de vida do povo e do País e impedir novos avanços na defesa, reposição e conquista de direitos.
Em simultâneo e com os mesmos objectivos, desenvolve-se uma ofensiva por parte do grande patronato procurando fazer passar a ideia de que a actual solução política está esgotada e que a nova fase da vida política nacional chegou ao fim. Insistem que não é possível regressar ao passado de 2011 e recuperar o perdido. Dizem que são precisas outras soluções políticas que ponham fim ao processo de recuperação de direitos e de reposição de justiça que se abriu com a nova fase da vida nacional pela dinâmica da luta de massas e pela intervenção do PCP. Querem impedir a todo o custo qualquer outro caminho que não seja o da manutenção da matriz da política de direita prosseguida ao longo de décadas por PS, PSD e CDS e particularmente agravada pelo governo anterior (PSD/CDS).
E enquanto o grande capital tudo faz para desviar as atenções dos avanços conseguidos, o PCP desenvolve a sua acção para levar para diante este caminho, consciente de que são necessários e são possíveis novos passos pela valorização do trabalho e dos trabalhadores, dos serviços públicos e da produção nacional, nomeadamente: a eliminação das normas gravosas da legislação laboral, o aumento geral dos salários e do Salário Mínimo Nacional (cuja proposta de aumento para 600 euros a partir deste mês foi recusada pelo Governo), por melhores condições de trabalho, pelo emprego com direitos, pela defesa e reforço do Serviço Nacional de Saúde e dos serviços públicos em geral, em que se inclui a luta contra o encerramento de dezenas de postos de atendimento dos CTT e pela retoma do controlo público desta e de outras empresas estratégicas.
Com este objectivo se desenvolve importantes lutas em torno da acção reivindicativa em muitas empresas e sectores e também a luta das populações em defesa dos serviços públicos.
Foi neste quadro que o PCP tomou posição pública contra o aumento dos preços de bens e serviços essenciais em curso que têm um peso significativo nos orçamentos familiares e que limitam o impacto da melhoria mais significativa das condições de vida da população que, pela intervenção do PCP e pela luta dos trabalhadores e das populações, foram conquistadas nos dois últimos anos.
Foi igualmente neste quadro que o Secretário-geral do PCP questionou o primeiro-ministro no debate quinzenal anteontem na Assembleia da República.
É neste quadro igualmente que o PCP constrói as linhas gerais da sua intervenção política para 2018 de olhos postos no seu reforço orgânico, na dinamização da luta de massas e no alargamento da unidade e convergência com democratas e patriotas.
De facto, a manutenção das opções políticas do Governo do PS é limitadora das soluções necessárias de resposta à superação dos problemas de fundo do País como o evidencia a sua prática de entendimento com o PSD e CDS em matérias estruturais e recentes posições assumidas sobre a Uber, CTT, PT e Autoeuropa.
O Governo do PS continua amarrado a constrangimentos (uma dívida insustentável e a submissão ao euro, à União Europeia e aos grupos monopolistas) que sufocam e bloqueiam o desenvolvimento do País, são responsáveis pelos seus défices estruturais (produtivo, energético, alimentar, científico, demográfico) e causas do seu prolongado declínio.
Os atrasos e debilidades do aparelho produtivo, bem como a necessidade de elevar a qualidade do emprego e do crescimento económico, a situação de carência dos serviços públicos, a drenagem diária de dezenas de milhões de euros para o estrangeiro em dividendos e juros, os baixos salários e a precariedade, as injustiças e desigualdades sociais, são expressões de uma realidade que exige respostas políticas diferentes daquelas que têm sido aplicadas nos últimos anos e que o actual Governo do PS no essencial insiste em manter.
Ora, como o PCP tem vindo a sublinhar, Portugal precisa de outra política, de uma política patriótica e de esquerda que rompa com a política de direita, responda aos problemas estruturais do País, reduza o desequilíbrio na distribuição do rendimento, contribua para o bem-estar dos trabalhadores e do povo e concretize as medidas e possibilidades abertas com a actual correlação de forças na Assembleia da República.
Como afirmou o Secretário-geral do PCP na sessão pública da passada sexta-feira no Barreiro, «Hoje, está cada vez mais claro que para se continuar a avançar na reposição dos rendimentos e direitos, na concretização de novas conquistas e dar novos e mais substanciais e firmes passos na solução dos problemas de fundo País, que estão muito longe de serem resolvidos, é preciso dar mais força ao PCP e à luta do nosso povo».