AVANÇAR Na mensagem de Ano Novo, o Secretário-geral do PCP afirmou que é necessário «persistir nas empresas e locais de trabalho», porque a esperança num ano melhor «não cai do céu».
Jerónimo de Sousa começou por dirigir «uma palavra de solidariedade aos portugueses atingidos pela pobreza, pelos baixos salários, pela precariedade, aos familiares das vítimas dos incêndios e a todos que perderam as suas habitações, as suas empresas e explorações agrícolas».
Olhando para o futuro, o Secretário-geral do PCP frisou que «é possível um ano melhor para os trabalhadores, o povo e o País». «Contrariando as teses dos defensores e executantes da política de cortes e eliminação de direitos, das inevitabilidades, registou-se avanços e reposição e defesa de direitos e rendimentos que, embora limitados e insuficientes, repuseram mais justiça social, mais crescimento económico, mais emprego», afirmou, sublinhando que o Orçamento do Estado, aprovado e promulgado, «expressa esse sentido, seja no plano da protecção social, das reformas e pensões, da justiça social, da progressão de carreiras».
Na mensagem, Jerónimo de Sousa lembra que «com a intervenção do PCP» foi «possível dar passos adiante, não indo mais longe porque o Governo, por opção, teima em não libertar o País das imposições externas, designadamente da União Europeia, do euro, da dívida».
«Poder-se-ia ter ido mais longe na valorização dos salários, particularmente do salário mínimo nacional para os 600 euros. O Governo atrasou esse justo objectivo. Há que persistir nas empresas e locais de trabalho. Os trabalhadores podem contar com o PCP», anunciou, manifestando «esperança num ano melhor», que «não cai do céu, mas antes se materializa tanto mais quanto mais lutarmos por isso».
Contradições do Governo
Numa reacção à mensagem de Natal do primeiro-ministro, Gonçalo Oliveira, da Comissão Política do Comité Central do PCP, sublinhou que «se o Governo (do PS) continuar amarrado às metas para a redução do défice ou a pagar a dívida a este ritmo dificilmente terá recursos para cumprir objectivos, como revitalizar o interior ou avançar com o reordenamento da floresta». «Faltarão meios humanos e financeiros, sobrando apenas promessas», acrescentou.
À comunicação social, o dirigente do PCP apontou as «contradições» do discurso de António Costa, quando assumiu o compromisso emultrapassar obstáculos ao desenvolvimento do País, «mas reitera a importância de se cumprirem compromissos comaUnião Europeia e o grande capital».
Esses compromissos «resultamem constrangimentos e limitama capacidade de desenvolvimento» de Portugal», acrescentou.