- Nº 2291 (2017/10/26)

Valorizar e exigir mais avanços, afirmar a alternativa

Em Foco

NA RUA O PCP promove nos próximos dias uma jornada nacional de informação e contacto com os trabalhadores e a população. O objectivo é divulgar o que já foi alcançado pela persistente intervenção do Partido no Orçamento do Estado para 2018 (OE 2018) – que consolida as medidas adoptadas nos últimos dois anos –, mobilizar para a luta pela defesa, reposição e conquista de mais direitos e rendimentos, e sublinhar a necessidade da política patriótica e de esquerda que a situação do povo e do País coloca em evidência.

A jornada foi decidida na reunião do Comité Central de 3 de Outubro no quadro da dinamização da intervenção política e do reforço do Partido. Realiza-se a par do prosseguimento de uma outra campanha de valorização do trabalho e dos trabalhadores, que coloca em destaque a exigência de fixação do Salário Mínimo Nacional (SMN) em 600 euros em Janeiro de 2018, o aumento geral dos salários e o cumprimento e reposição de direitos laborais, a redinamização da acção de combate à precariedade e das iniciativas em torno das questões da produção, do emprego e da soberania.

É possível ir mais longe

No folheto que estará em distribuição de Norte a Sul explica-se que, pese embora o OE 2018 contenha já um conjunto de propostas que beneficiam centenas de milhares de trabalhadores e pensionistas, fruto da intervenção do PCP, este Orçamento está ainda aquém da resposta que se exige na recuperação de direitos e rendimentos atingidos ou mesmo liquidados ao longo de anos de ofensiva da política de direita, agravada e intensificada pelo anterior governo PSD/CDS.

Portugal continua a adiar o reforço do investimento público, a redução dos défices estruturais, o financiamento adequado para garantir o acesso à saúde, educação, cultura, transportes, ciência ou defesa da floresta. O adiamento decorre do facto de o OE 2018 não romper com os compromissos com o grande capital e com a submissão à União Europeia (UE) e respectivos instrumentos, aos quais o PS se mantém vinculado.

Dívida, euro, monitorização prévia das opções orçamentais por parte de Bruxelas, bem como uma redução do défice que o Governo PS se impõe, condicionam o aprofundamento do caminho iniciado para travar e inverter a degradação das condições de vida populares.

Estima-se que o saldo orçamental primário (apurado pela subtracção às receitas não financeiras das despesas não financeiras, isto é, excluindo juros) ascenderá a cerca de cinco mil milhões de euros. Porém, esta verba, em vez de ser usada em benefício do povo e do País, será uma vez mais consumida a pagar os juros (oito mil milhões anualmente) de uma dívida insustentável.

Comprometido unicamente com os trabalhadores e com o povo, o PCP não desperdiçará nenhuma oportunidade para limitar aspectos negativos, consolidar avanços adquiridos e dar novos passos. Uma avaliação definitiva do OE 2018 não será feita à margem do seu conteúdo concreto.


Pensões de reforma vão aumentar


Política fiscal mais justa


Administração Pública recupera direitos

Após a recuperação, em 2016 e 2017, do horário de 35 horas semanais e de quatro feriados roubados pelo governo PSD/CDS; depois de interrompidos os cortes salariais, descongelado o subsídio de refeição, implementado o combate à precariedade e repostos o pagamento do subsídio de Natal e a contratação colectiva no Sector Público Empresarial, há agora novos avanços, insuficientes, mas ainda assim significativos.

Por iniciativa e com a contribuição do PCP, estão inscritos no OE 2018:


Lutar por salários e direitos, por uma vida melhor

Na discussão do OE 2018 em curso, o PCP vai continuar a bater-se por medidas que assegurem:

Com propostas concretas e pela dinamização da acção reivindicativa, o Partido não desiste de lutar:

Os trabalhadores que auferem o SMN, actualmente nos 557 euros brutos, levam para casa 495 euros líquidos. Fixar o SMN em 600 euros, para além de constituir um factor de combate ao empobrecimento e de recuperação do poder de compra perdido nós últimos anos, resultaria num crescimento em cerca de 150 milhões de euros das contribuições sociais e produziria efeitos na dinamização da economia.


 

Portugal precisa

A situação dos trabalhadores, do povo e do País demonstra a necessidade e urgência de uma política alternativa, patriótica e de esquerda, que, rompendo com a política de direita: