- Nº 2289 (2017/10/12)

Arrependimentos

Opinião

Escrevemos, em outro espaço, a afirmação, resultado da apreciação colectiva, que as populações «não tardarão a arrepender-se» pelas perdas de maiorias da CDU.

Voltamos a tema, porque ele tem suscitado não apenas incompreensões sinceras, mas o aprofundamento da campanha contra o nosso Partido, agora acusando-nos de mau perder.

O PCP, no quadro da CDU, candidata-se para concretizar nas autarquias o projecto absolutamente distintivo dos demais, de trabalho, honestidade e competência, que o património de obra nas autarquias geridas pela CDU, ao longo destas quatro décadas de poder local democrático, mostra com toda a evidência.

Ao contrário de outros, alguns bem intencionados, não damos para o peditório de que todas as candidaturas, venham de onde vierem, se apresentam para fazer o bem às populações. Combatemo-las na campanha eleitoral pelo que representariam de negativo para as populações, não nos desdizemos agora.

Sabemos que as populações vão sentir na pele as consequências dessas mudanças e da introdução de políticas que se orientam por interesses particulares.

Ora o que está aqui está em causa não é a nossa vontade de que os problemas dos trabalhadores e do povo, as suas aspirações e direitos, encontrem respostas na acção de quaisquer eleitos. É a certeza de que, com menos força da CDU, essas respostas ficarão mais longe.

Querer transformar a legítima crítica que fazemos ao projecto e à acção de outros partidos em críticas ou ataques à população ou numa atitude de vingançazinha perante os que optaram por dar o seu voto a outros faz apenas parte da operação de manipulação que visa diminuir o PCP. Pelo contrário, as populações sabem que, hoje como ontem, é connosco que contam na defesa dos seus interesses e direitos, do serviço público, dos direitos dos trabalhadores das autarquias, do ambiente, da cultura, da participação democrática, para menorizar, enfim, os efeitos que, mais cedo que tarde, sentirão da pior forma.


João Frazão