CONTINUAR A INTERVIR COM DETERMINAÇÃO E CONFIANÇA
«prosseguir o projecto distintivo de trabalho, honestidade e competência»
O Comité Central do PCP, reunido no dia 3 de Outubro, analisou os resultados das eleições autárquicas e os desenvolvimentos da situação política, económica e social do País, bem como da situação internacional. O Comité Central do PCP discutiu e decidiu as orientações e medidas no plano da sua intervenção e iniciativa política e para o reforço do Partido.
Sobre os resultados das eleições autárquicas de 1 de Outubro, o PCP considera que estes confirmam a CDU como grande força de esquerda no poder local, a sua força em importantes concelhos e a manutenção no essencial da sua expressão eleitoral. Os 518 219 votos e 10,09% obtidos na votação do domingo passado para as assembleias municipais, sem prejuízo de recuos e perdas, confirmam o projecto distintivo da CDU marcado pelo trabalho, honestidade e competência e são factores de confiança para a intervenção futura.
Com estes resultados, a CDU conquista a presidência de 24 municípios e 139 freguesias (mais de 180 se considerarmos as freguesias existentes antes da agregação), elege 171 vereadores, passa a ter 619 eleitos em assembleias municipais e 1665 em assembleias de freguesia. São resultados que traduzem a garantia de que o trabalho, honestidade e competência que lhe são reconhecidos marcarão presença em todo o País e que a CDU prosseguirá a sua acção todos os dias, dando voz às populações, contribuindo para a solução dos problemas e combatendo tudo o que prejudique os direitos e o interesse colectivo.
Numa situação em que se regista a perda de 10 presidências de câmaras municipais, salienta-se que esta é sobretudo uma perda para as populações destes municípios que se vêem privados da presença do trabalho, honestidade e competência da CDU e que, embora reconhecida, não foi devidamente valorizada. Uma perda para o serviço público, para os direitos dos trabalhadores das autarquias, para a defesa do ambiente, da cultura, para a participação democrática.
Muitos factores pesaram no resultado da CDU – locais e nacionais – mas, como refere o comunicado da reunião do Comité Central da passada terça-feira, «o PCP não se deixará condicionar em função dos resultados eleitorais e a sua acção não será determinada por outro objectivo que não seja o compromisso que tem com os interesses e direitos dos trabalhadores e do povo. Nenhuma circunstância reduzirá a independência de avaliação quanto à resposta necessária aos problemas nacionais nem condicionará o seu poder de decisão política».
O resultado destas eleições não reduz a determinação do PCP de continuar a intervir, com confiança, para responder aos interesses e aspirações dos trabalhadores e do povo.
O PCP continuará a sua acção para levar mais longe a defesa, reposição e conquista de direitos, pelo aumento dos salários, particularmente pela fixação do salário mínimo nacional em 600 euros em Janeiro de 2018, pelo aumento das pensões e reformas, pela melhoria da protecção social no desemprego, pelo aumento do investimento público, pela justa tributação do grande capital e alívio das camadas da população com mais baixos rendimentos, pela revogação das normas gravosas da legislação laboral.
Como refere o comunicado do Comité Central, estas são «opções que se assumem como objectivos de desenvolvimento que o País deve assumir e que devem estar presentes na elaboração do Orçamento do Estado, tal como o desígnio da dinamização do aparelho produtivo, adoptando uma política de Estado que substitua importações por produção nacional, promova a reindustrialização do País, aproveite as potencialidades existentes na agricultura e nas pescas, diversifique a actividade económica e as relações com o exterior, fortaleça uma estratégia de desenvolvimento soberano que assegure um Portugal com futuro».
Na situação actual reafirma-se a importância do combate do PCP por uma alternativa política patriótica e de esquerda que rompa com a política de direita e os constrangimentos externos que impedem esse desenvolvimento soberano.
Nesse sentido, o PCP continuará a dinamizar a intervenção política e a reforçar o Partido na afirmação da alternativa, no desenvolvimento da luta de massas e do fortalecimento das organizações e movimentos unitários de massas, na dinamização de uma intensa acção na Assembleia da República e no Parlamento Europeu, no lançamento do novo mandato nas autarquias locais, concretizando o projecto autárquico assente no trabalho, honestidade e competência ao serviço das populações.
Reafirmando o seu compromisso fundamental com os trabalhadores e o povo português, o PCP prosseguirá, com determinação e confiança, a luta por uma política patriótica e de esquerda, a democracia avançada com os valores de Abril no futuro de Portugal, pelo socialismo e o comunismo.