Trabalhadores na UE estão em risco de pobreza
Um em cada dez trabalhadores na UE encontra-se em situação de risco de pobreza e 13 por cento não têm acesso a bens domésticos básicos, conclui um estudo da Eurofound (Fundação Europeia para o Melhoria das Condições de Vida e Trabalho), publicado dia 5 em Dublin, Irlanda.
O relatório (intitulado em inglês «In-work poverty in the EU») refere que 29 por cento dos trabalhadores em tempo parcial e 25 por cento dos trabalhadores independentes são os mais afectados pela pobreza, em comparação com os trabalhadores a tempo inteiro, dos quais apenas cinco por cento se enquadram nesta categoria.
O estudo conclui assim existir uma forte relação entre o modelo contratual e a situação de pobreza dos trabalhadores, alertando para a importância de todos os trabalhadores terem o mesmo acesso à protecção social independentemente da natureza do seu vínculo laboral.
Os dados abrangem 21 estados-membros, incluindo Portugal, onde a pobreza dos trabalhadores também se agravou entre 2007 e 2014. Neste último ano mais de dez por cento dos trabalhadores portugueses estavam em risco de pobreza e cerca de 20 por cento sofriam de privação material, valores muito acima da média europeia.
O relatório aponta o aumento do salário mínimo, a diminuição da fiscalidade sobre os rendimentos mais baixos, a criação de uma rede pré-escolar acessível ou da redução dos encargos com a habitação como medidas importantes de combate à pobreza dos trabalhadores.