A Festa ganhou nas condições de acolhimento, conforto e serviço ao visitante. O Espaço Criança é disso testemunho, com o tapete de relva que veio tornar ainda mais agradável e apelativo aquele que já era um lugar fresco e aprazível, proporcionado pela generosa sombra dos pinheiros.
Naquele que bem poderia chamar-se de «Espaço Família» – tantas eram estas a fruir o espaço com as suas crianças –, voltámos a encontrar a contagiante energia da pequenada e o alvoroço da descoberta. Numa área onde tudo foi pensado para os mais pequenos (bebedouros, torneiras e tanques de lavagem, por exemplo), era vê-las ora a atravessar a ponte de cordas ou a montar o cavalinho de molas, a escorregar no insuflável ou a passar debaixo do túnel. E também – outra novidade que virou atracção muito disputada – no baloiço em forma de cesto, diferente e bem mais simpático porque apto a receber todas as crianças, incluindo as com mobilidade reduzida.
Houve ainda muitas outras experiências e diversões, como o carrossel ou o jornal de parede – no caso o «Girassol», dos Pioneiros de Portugal –, trabalhar o barro ou a fazer fantoches de dedos (dedoche), tocar instrumentos musicais ou experimentar uma aula de yoga. E foram muitas, no anfiteatro, as que se deixaram prender pelas aventuras e magia de histórias contadas ao vivo, pelos momentos musicais e de representação teatral.
À esquerda de quem subia a avenida que tem hoje como referente no seu topo a roda gigante, sensivelmente a meio, fácil era identificar o Pavilhão da Mulher, com a sua parede virada ao Palco 25 de Abril coberta a toda a largura pela inscrição a letras garrafais «Cumprir os direitos das mulheres, igualdade na vida, Portugal mais justo e soberano». Mensagens fortes saíam igualmente dos painéis de três exposições onde eram lembrados marcos como a passagem dos 10 anos da Lei da IVG, a luta unitária das mulheres pela igualdade na lei e na vida, ou o papel do PCP na luta pela emancipação das mulheres. A esplanada do «Bar da Igualdade» acolheu dois debates e foi palco de animação de rua.
Animação, muita, não faltou no palanque da esplanada do Pavilhão da Imigração, em sessões contínuas de dança ao ritmo de sonoridades oriundas de África e Caraíbas.
Do stand, às horas de refeição, saíam em contínuo pratos de cachupa, pastéis de milho ou essa iguaria da Guiné que é o caldo de mancarra. Muitos foram ainda os que fizeram a prova do «fogo africano», bebida a partir de rum e limão, disponível no bar decorado por uma sugestiva pintura representando a mulher africana.
Animado convívio foi também o que fomos encontrar no Pavilhão da Emigração, hoje, para quem já regressou ou veio apenas de férias, ponto de encontro onde se revê amigos de todas as latitudes e lugares.
«Pelos caminhos do mundo, o caminho de Abril», lia-se na faixa que encimava o stand e respectiva esplanada, onde voltou a marcar presença a muito apreciada «Sangria do Quim», criação do ex-dirigente sindical na Suíça Joaquim Fernandes, camarada que com os seus 91 anos encontrámos de novo a servir no bar.