A Festa para todos!
Para dar a conhecer o programa integral que a 1, 2 e 3 de Setembro faz pela 41ª vez da Cultura - o direito de todos, o Secretariado da Festa do Avante! realizou uma Conferência de Imprensa, na segunda-feira, 21 de Agosto.
De tudo o que a Revolução nos deu, aí está a 41ª Festa do Avante!
Foi na Esplanada da Quinta, um dos pontos mais altos e mais concorridos da Festa, onde os sentidos abarcam o horizonte e os corpos descansam do intenso programa que os camaradas Ruben de Carvalho, Alexandre Araújo e Rita Janeiro (Secretariado da 41ª Festa) receberam a Imprensa. Ao convite dirigido também aos artistas responderam Mark, Pedro e Caló (Projecto Ciro), Michael Lauren (The Michael Lauren All Stags), Tânia Oleiro e Paulo Bragança.
Coube a Alexandre Araújo apresentar o programa destinado «a todos os que apreciam 3 dias de convívio» com a música em mais de dez palcos - do rock à popular -, as catorze peças de teatro e lançamentos de livros, os cem anos da Revolução de Outubro, os sessenta debates, o Comício, a Bienal, a exposição de instrumentos populares portugueses, a gastronomia - regional e vegetariana, marisco e doces -, as dezenas de modalidades desportivas - do slide aos matraquilhos, da corrida ao passeio -, a Honestidade, a Competência e o Trabalho - consigna da CDU - a lembrar as eleições a 1 de Outubro, para além do cinema, dos contactos e do «Avante!» especial.
Nas novidades destacadas por Ruben de Carvalho está o concerto «único, não há em mais parte alguma» intitulado Revolução de Outubro de 1917 Cem anos de futuro com orquestra e coro a interpretarem peças seleccionadas do «larguíssimo património da música popular» a Shostakovich «o «compositor que mais se ligou aos resultados de Outubro« e o «pioneirismo da ligação e da montagem» permitindo apresentar filmes mudos de Eisenstein e de Vertov «acompanhados ao piano por Mário Laginha».
Dos vinte e um grupos e bandas do Palco 25 de Abril salientou «Rui Veloso que há muito tempo não vinha cá», João Gil «e seus convidados», João Afonso, Mão Morta «que nunca tinham vindo», António Zambujo «a figura mais na crista da onda da música popular portuguesa», Paulo de Carvalho «comemorando dezenas de anos de trabalho», Júlio Pereira, Margem Soul «pela quarta vez trazemos um grupo do Palco Novos Valores (JCP)» e, fora de portas vindos de Espanha, o Amparanoia provavelmente «o último espectáculo que realizam, reagruparam-se» quando os «convidámos para vir cá, adiando a separação», da Catalunha, o Boikot, de Itália, o Modena City Ramblers e, do Chile, o Newen Afrobeat.
Aos «40 anos de Festa começámos a cuidar de trazer os mais pequenos, implantando e criando espaços no Cabo». Não é de admirar vê-los a escolherem no programa o Auditório 1º de Maio e lá vibrarem com a boa música dos Mão Verde ou dos Clã - Disco Voador.
Não há Festa como esta, dirigida ao povo, «aberta a todos independentemente da sua ideologia e há casos bem conhecidos de visitantes da Festa» a relevarem em público a qualidade deste espaço preparado para receber em segurança os visitantes, afirmou Alexandre Araújo.
A Conferência finalizou com visita pela Atalaia e pelo Cabo. Apesar de ser dia de folga muitos construtores vestiam de Trabalho este chão nosso que, a cada Setembro, leva pelo Mundo na bela palavra «Avante!» o direito à verdade e a vida onde juntos e organizados damos forma ao sonho de uma Terra sem amos.
À conversa com… artistas
Para o Projecto Ciro estar «aqui na Festa é a confirmação que estamos a tocar bem», recordando o seu porta-voz os «dois meses aqui vividos a puxar lona e a pintar.»
Quanto a Tânia Oleiro, que dividida entre a Matemática e o Fado «não estava à espera de vir como artista» sendo «um momento único» «a Festa contribui para uma entrega de corpo e alma.»
Apreciador da criação de «um espaço só para o Fado», o fadista Paulo Bragança contou enquanto «divulgador transmitia a quem pudesse vir à Festa o cartaz muito cuidado com várias alternativas» para o público eclético.
Também o jazzista Michael Lauren considera «um prazer estar na Festa do Avante!», tendo-a como «contributo valioso» para «o futuro do jazz feito em Portugal» apresentando «a jovem geração».