Séc. XVIII – Construção do Real Paço da Ajuda
O Real Paço de Nossa Senhora da Ajuda, também conhecido por Paço de Madeira ou Real Barraca, mandado construir em madeira por D. José I para melhor resistir a abalos sísmicos após a destruição do Paço da Ribeira pelo terramoto que arrasou Lisboa em Novembro de 1755, foi o precursor do actual Palácio Nacional da Ajuda. Habitável desde 1761, foi a residência da Corte até que em 1794 um incêndio o destruiu por completo, perdendo-se com ele grande parte do seu valioso recheio. O projecto de um novo palácio, mas de pedra e cal, iniciado em 1796, sofreu várias vicissitudes, nomeadamente a partida da Corte para o Brasil, em 1807, na sequência das invasões napoleónicas, e a cíclica falta de recursos, que prolongaram a obra por vários anos. O palácio só viria a assumir a sua dimensão de paço real a partir de 1861, no reinado de D. Luís I. Encerrado em 1910 com a implantação da República, abriu ao público em 1968. Objecto de diversas intervenções desde 1996, o palácio é hoje um magnífico museu, com colecções de ourivesaria, tapeçaria, mobiliário, vidro e cerâmica, pintura, gravura, escultura e fotografia dos séculos XVIII e XIX, e o único visitável em Lisboa que ainda conserva a disposição e decoração das salas, nomeadamente os aposentos dos monarcas e a sala de trono.