Séc. XVI – Edição do Livro da Felicidade
Mandado realizar pelo sultão Murad III (1574-1595), o Livro da Felicidade é considerado uma das joias bibliográficas da humanidade, em particular devido às suas iluminuras. Os autores, artistas e poetas, inspiraram-se em textos como O Corão, As mil e uma noites, o Livro das Maravilhas de Marco Polo, e sobretudo na Vida de Alexandre Magno, para elaborar uma obra que aborda de distintos ângulos o conceito de felicidade. Considerado como o sultão e califa mais culto do império otomano, Murad III, neto de Solimão I o Magnífico, acolhia na sua corte de Constantinopla os mais conceituados artistas, astrónomos, cartógrafos e sábios da época, mas manifestava predilecção pelos miniaturistas e pelos poetas, justamente os escolhidos para a realização da obra, que de acordo com a informação disponível terá demorado vários anos a ser realizada. O original, resgatado no Cairo por Gaspar Monge, conde de Péluse, em nome de Napoleão, encontra-se na Biblioteca Nacional de França, em Paris, sendo apenas acessível a um restrito número de estudiosos e investigadores. Recentemente, uma editora espanhola deu à estante uma réplica «única e irrepetível, limitada a 987 exemplares, numerados e autenticados com um certificado notarial» do Livro da Felicidade.