Exposição contra a precariedade junto à Lisnave
A Coordenadora de Empresas e Sectores da Comissão Concelhia de Setúbal levou a exposição «Mais Direitos, Mais Futuro. Não à Precariedade» até às portas do estaleiro da Lisnave, na Mitrena, fazendo-a acompanhar de um documento – profusamente distribuído pelos trabalhadores – relativo ao tema. Esta iniciativa, assente na concepção de que «a um posto de trabalho permanente tem de corresponder um vínculo de trabalho efectivo» possibilitou à organização comunista ir mais longe no contacto com os trabalhadores da Lisnave, divulgar as propostas do PCP, denunciar a situação vivida por muitos dos trabalhadores do Estaleiro e apelar a que todos se juntem à luta pelos direitos, contra a precariedade.
No documento podia ler-se que a Lisnave é «uma das empresas que se alimenta da instabilidade de muitos para aumentar a exploração sobre os trabalhadores, pagando salários mais baixos ou aplicando o chamado regime de adaptabilidade que permite o trabalho à borla». Acrescentava-se ainda que «tendo por vezes 1800 trabalhadores a laborar no Estaleiro, a grande maioria não tem qualquer vínculo à empresa, estando ao serviço de empresas de trabalho temporário ou de sub-empreiteiros». Há, na empresa, trabalhadores contratados «ao mês, à semana, ao dia e até à hora».
O documento terminava com três questões a que urge dar resposta: «Será pedir muito que se paguem as horas de trabalho que são feitas extraordinariamente?»; «Será pedir muito que paguem salário igual a quem faz trabalho igual e no mesmo local?»; «Será pedir muito que se atribua um vínculo de trabalho efectivo para quem trabalha no estaleiro de forma permanente?».