1498 a 1513 – Da Vinci desenha o corpo humano

A grande viagem de descoberta do interior do corpo humano foi feita por Leonardo Da Vinci, pintor, escultor, músico, cientista, arquitecto, engenheiro, inventor e... anatomista. Estudioso das obras de autores da medicina pré-renascentista, como Galeno de Pérgamo, Mondino dei Luzzi e Avicena, o genial artista italiano produziu mais mil desenhos do interior do corpo humano, que só no século passado viriam a ser compilados no livro «Os Cadernos Anatómicos de Leonardo da Vinci». Para se perceber o papel pioneiro de Da Vinci importa ter presente que as questões religiosas e culturais impediram durante quase mil anos o homem de estudar o próprio corpo e que as dissecações eram proibidas ainda na Idade Média. Acresce, segundo os especialistas, que Da Vinci recorreu a cálculos para interpretar as funcionalidades anatómicas: nas gravuras, ao lado de estruturas ósseas, conjuntos de tendões e músculos, estão presentes roldanas, formas geométricas e engrenagens. Com a morte do artista, em 1519, o seu espólio terá sido herdado por Francesco Melzi, seu discípulo. O rasto da preciosa herança perde-se com a morte de Melzi. Crê-se que em 1690 já estaria na Biblioteca Real de Windsor, na Inglaterra, como parte da colecção real.