1920, Berlim – 1.ª Feira Dada Internacional

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«A arte depende, na sua execução e direcção, do tempo em que se vive, e os artistas são os criadores da sua época... Os melhores artistas, os mais inauditos, serão aqueles que, a todo o momento, retomarão as beiradas dos seus corpos no fragor das cataratas da vida e, perseguindo a inteligência do tempo, sangrarão das mãos e do coração... Os signatários deste manifesto reuniram-se sob o grito de combate DADÁ!!! Para a difusão de uma arte que realiza as novas ideias...». Este excerto do primeiro manifesto dadaísta traduz o espírito do movimento criado em 1916, em Zurique, por jovens escritores, poetas e artistas plásticos franceses e alemães que se refugiaram na Suíça durante a Primeira Guerra Mundial. Assumindo-se politicamente como um protesto contra uma civilização que não conseguiu evitar a guerra, o dadaísmo rompe com as tradições no campo cultural, defende o absurdo, a incoerência, a desordem, o caos. O nome, Dada, palavra francesa que na linguagem infantil significa «cavalo de pau», terá sido escolhido ao acaso e adoptada por não fazer sentido, tal como a arte perdera o sentido face à irracionalidade da guerra. A Primeira Feira Dadá Internacional foi o ponto alto do movimento em Berlim. Precursor do Surrealismo, as ideias e conceitos do dadaísmo continuam a influenciar a expressão artística.