Intervenção de Pedro Guerreiro (excertos)

Exemplo que enriquece a luta

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(…) Desbravando, passo a passo, o caminho original e irregular da construção da sociedade socialista, concretizando as aspirações e os sonhos dos trabalhadores, dos explorados, dos oprimidos, dos discriminados, as vitórias e realizações alcançadas pela União Soviética tiveram uma enorme projecção internacional, animando a luta dos trabalhadores e dos povos por todo o mundo – sob o seu impacto constituíram-se numerosos partidos comunistas, criou-se o movimento comunista internacional, fortaleceu-se o movimento operário, propagaram-se as ideias do marxismo-leninismo, que, adquirindo força material, inspiraram e guiaram as grandes lutas, experiências e realizações libertadoras de transformação social que marcam o século XX.

Cerca de 20 anos após a sua criação, é a União Soviética, o seu povo e Exército Vermelho que enfrentam o mais brutal embate da besta nazi-fascista, dando com a sua gesta heróica e enorme sacrifício – que lhe custou mais de vinte milhões de vidas – o contributo decisivo para a vitória sobre o nazi-fascismo na Segunda Guerra Mundial. (…) Não esquecemos a solidariedade da União Soviética para com os comunistas e o povo português na longa e persistente luta travada contra a ditadura fascista em Portugal e com a afirmação de liberdade, de emancipação social e de independência nacional que representou essa conquista e realização maior do povo português que foi a Revolução de Abril.

A experiência de construção do socialismo na União Soviética, assim como outras que lhe sucederam noutros países, são fonte de ensinamentos como os relativos à importância da teoria, ao partido revolucionário de vanguarda, ao papel da classe operária e das suas alianças, à participação criadora das massas, às questões do poder de Estado e da propriedade dos principais meios de produção, à dialéctica entre o geral e o particular, à comprovação de que os caminhos para o socialismo são diversificados e seguem etapas diferenciadas.

(…) Como o PCP apontou nos seus XIII, XIV e XVIII Congressos, o fim da União Soviética não resultou da dinâmica, dos valores, dos ideais da Revolução de Outubro, mas do afastamento relativamente a estes. Factores internos e externos levaram à subversão do projecto de construção do socialismo, à secundarização da intervenção dos trabalhadores e da participação das massas – conduzindo a uma concepção, prática política e exercício do poder que se afastaram do ideal comunista, levando à derrota e ao fim da União Soviética e do socialismo no Leste da Europa. Mas nada disso anula o significado e a dimensão histórica da Revolução de Outubro.

Ensinamentos úteis

(…) Mergulhado na sua crise estrutural, o capitalismo, é incapaz de ultrapassar as suas insanáveis contradições, entre capital e trabalho, entre o carácter social da produção e a sua apropriação privada. Sedento de apropriação e acumulação de capital, o capitalismo não só não dá resposta aos problemas dos trabalhadores e dos povos, como aprofunda as desigualdades e injustiças sociais.

O capitalismo não é o sistema terminal da história da humanidade, é um sistema que está em contínuo confronto com as necessidades, os interesses, as aspirações dos trabalhadores e dos povos, um sistema que pela sua natureza e contradições coloca a exigência da sua superação revolucionária.

Por isso comemorar o centenário da Revolução de Outubro é, tendo como base o marxismo-leninismo e o combate à ofensiva contra o socialismo e o comunismo (onde se insere a grotesca falsificação da história):

Denunciar a natureza exploradora, opressora, agressiva e predadora do capitalismo, os trágicos flagelos e sérias ameaças que comporta para a humanidade, e afirmar o socialismo como exigência da actualidade e do futuro;

Afirmar o papel da classe operária, dos trabalhadores e dos povos como sujeitos da história, que têm na sua mão a conquista da sua emancipação social e nacional;

Afirmar a construção do socialismo na União Soviética e o seu imenso impacto mundial como a realização mais avançada no processo histórico de emancipação dos explorados, dos oprimidos, dos trabalhadores e dos povos de todas as formas de exploração e opressão;

Utilizar os ensinamentos dos êxitos e das derrotas, dos recuos e dos avanços, dos processos de construção do socialismo e da luta que os antecedeu como importantes experiências que inspiram, enriquecem e animam a luta que continua. (…)

 



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