ETT aumentam exploração
O PCP está a distribuir aos trabalhadores dos centros de contacto da Meo/Afonso Costa e da Nos, em Lisboa, dois comunicados em que denuncia a exploração a que estão sujeitos todos quantos aí prestam serviço diário contratados por empresas de trabalho temporário (ETT). As grandes empresas, realça o Partido, pagam «um determinado valor pelo teu trabalho à Randstad, Manpower, RH+, etc., e tu, quanto recebes? O salário mínimo, mais umas migalhas em prémios se cumprires os objectivos. E com quanto ficou a ETT? 100, 200 ou 500 euros, em diversos casos bem mais e em alguns até mais do que tu próprio recebes pelo teu trabalho». Não é, pois, por acaso que em 2015 as empresas de trabalho temporário tiveram, no seu conjunto, uma facturação na ordem dos mil milhões de euros.
Por outro lado, realça ainda o Partido, «com as diferentes ETT a operar nos mesmos serviços e linhas chega-se ao ponto de haver trabalhadores a realizar exactamente a mesma tarefa e que recebem no final do mês valores completamente diferentes, por causa de diferenças nos prémios, nos subsídios de alimentação, etc.». Ou seja, os trabalhadores com vínculo precário auferem, em média, menos 30 a 40 por cento do que os colegas com trabalho estável.
Estabelecendo uma relação directa entre precariedade e baixos salários, o PCP garante que o recurso ao trabalho temporário constitui «uma desresponsabilização das empresas, com os trabalhadores a serem tratados como meras mercadorias, que a qualquer momento podem ser dispensadas». Assim, recorrendo a um dos lemas da segunda fase da campanha «Mais Direitos, Mais Futuro. Não à precariedade», que agora se iniciou, o PCP questiona: «se fazes falta todos os dias por que razão o teu vínculo é precário?» A resposta reside na Constituição e na lei, expressa na ideia de que a um posto de trabalho permanente deve corresponder um vínculo de trabalho efectivo.