O deputado do PCP na Assembleia Legislativa Regional dos Açores, João Paulo Corvelo, questionou recentemente o Governo Regional sobre os abusos a que serão sujeitos os trabalhadores em programas ocupacionais no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada. No requerimento, o eleito comunista denuncia que esses trabalhadores, muito embora estejam integrados nos chamados programas formativos/ocupacionais, são forçados a trabalhar por turnos e a desempenhar trabalho suplementar, «sem direito a qualquer remuneração extraordinária, como subsídio de refeição, subsídio de turno, horas extraordinárias, subsídios de férias ou de Natal», não tendo tão-pouco direito a hora de almoço. Trata-se, portanto, de uma «gravíssima injustiça» e de um «regime de inaceitável exploração». O deputado eleito pela Ilha das Flores garante ainda que estes trabalhadores são essenciais para suprir necessidades permanentes dos serviços, em «óbvia e evidente violação do regulamento» do Programa Recuperar. Recentemente, o hospital abriu concurso para contratação de 49 assistentes operacionais, dos quais acabou por integrar apenas 20. Os outros foram buscá-los precisamente a esse programa.