Escalada contra a Síria
A maioria do Parlamento Europeu aprovou, dia 24, uma resolução sobre a Síria que «abre portas para uma ainda maior escalada de agressão militar directa contra o povo sírio».
PCP condena ingerência e denuncia provocação
A resolução incita à escalada belicista e de provocação, afirmando no ponto 14 que «a UE deve examinar todas as opções disponíveis, incluindo uma zona de exclusão aérea sobre a cidade de Alepo, para que todos os autores das violações e abusos mais atrozes dos direitos humanos enfrentem as consequências dos seus actos».
Em comunicado, os deputados do PCP no PE alertam que «esta formulação abre a possibilidade do envio de tropas de estados-membros da União Europeia para impor a dita “zona de exclusão aérea”, num claro confronto com o Exército Sírio e com as forças que com ele colaboram no combate ao terrorismo e em defesa da integridade territorial da Síria». E recorda que esse expediente já foi utilizado no passado, nomeadamente na Líbia, com as consequências que são conhecidas.
Os deputados do PCP bateram-se com o seu voto contra para que a expressão «zona de exclusão aérea» fosse retirada e condenam a adopção desta resolução.
Lamentavelmente os deputados portugueses do PS, PSD, CDS/PP, MPT e António Marinho e Pinto votaram a favor desta linha provocadora, belicista e agressiva da União Europeia.
«Há mais de seis anos que a República Árabe Síria e o seu povo são vítimas de uma sistemática acção de ingerência, de uma cruel guerra de agressão imposta e promovida pelos Estados Unidos, a França, o Reino Unido, Israel, a Turquia, a Arábia Saudita e o Qatar, entre outros», salientam os deputados do PCP.
Esses países, que criaram, financiam e armam grupos de mercenários, «são responsáveis pela brutal violação dos direitos do povo sírio, dos direitos humanos, pelos mais hediondos crimes, por milhões de deslocados e refugiados, pela destruição deste país».
Os deputados do PCP ao Parlamento Europeu «expressam a mais firme condenação de mais este passo no aumento da escalada de agressão contra a Síria e reiteram a solidariedade para com o povo sírio e a sua resistência e luta em defesa da paz, dos seus inalienáveis direitos, incluindo o direito à soberania e independência do seu País e ao direito de poderem decidir sem interferências externas da resolução dos graves problemas que aquele país enfrenta».
No comunicado sublinham que «a resolução do conflito na Síria exige o fim do apoio aos grupos de mercenários e da sua acção de terror contra o povo sírio, o fim da agressão e ingerência externa, o respeito da soberania, da independência e da integridade territorial da República Árabe Síria, e o respeito dos princípios do Direito Internacional e da Carta das Nações Unidas».