Carris municipalizada
O PCP está contra a municipalização da Carris, um processo que poderá abrir caminho a uma posterior concessão dos transportes públicos a privados.
«É ao Governo que cabe assegurar uma Carris pública»
Esta posição, divulgada na segunda-feira, 21, volta a ser vincada no dia em que o Governo, através dos ministérios das Finanças e do Ambiente, e a Câmara Municipal de Lisboa (CML) assinaram um memorando da passagem de gestão da Carris para a autarquia, a partir de 1 de Janeiro de 2017.
Em nota de imprensa, a Direcção da Organização da Cidade de Lisboa do PCP considera «inaceitável» que os vereadores e os deputados municipais «tenham tido conhecimento deste memorando apenas pelo convite para a cerimónia de assinatura» e «inaceitável» que a gestão PS na CML «anuncie a assinatura de um memorando desta importância sem que exista sequer um texto acordado». Condenável é, igualmente, a assinatura de um memorando «sem haver apreciações e deliberações dos órgãos municipais, remetendo-o para ratificação posterior na CML e Assembleia Municipal».
Sem respostas
No documento, onde o Partido se posiciona contra a municipalização da Carris, alerta-se para a «falta de estrutura» da autarquia, nomeadamente financeira, o que pode dificultar «um serviço aos utentes que dê resposta às necessidades de mobilidade, principalmente norteando essas respostas pelos princípios de rapidez, segurança e de custo social».
«A modernização, manutenção e gestão de trabalhadores são outros exemplos de áreas em que a Câmara Municipal não poderá dar resposta. Os custos de exploração são, só por si, um volume de verbas incomportáveis por qualquer município», adverte o PCP.
Por outro lado, «não se pode considerar que um serviço de transportes públicos, que serve áreas para além das fronteiras do município de Lisboa, possa ser gerido tendo em conta apenas os interesses da capital, esquecendo todos aqueles que trabalhando, ou deslocando-se a Lisboa, têm fora do município o seu ponto de origem ou destino».
Solução para a Carris
Os comunistas afirmam, por isso, que «é ao Governo que cabe assegurar uma Carris pública, de qualidade, ao serviço dos trabalhadores e da população da cidade e da região de Lisboa». «É a partir da responsabilidade da administração central do Estado que terá que ser encontrada uma solução que envolva a Área Metropolitana de Lisboa e os municípios que a compõem», defendem.