Falta energia na Nazaré
A problemática em volta da MD Plástics continua a dar que falar na Nazaré, quando a fábrica de artigos de plástico para a indústria automóvel não tem acesso a energia eléctrica para laborar porque a autarquia não cede a propriedade das infra-estruturas de média tensão à EDP para integração na rede nacional de distribuição, a partir do qual se iniciaria o fornecimento. Esta situação obriga a empresa a ter uma despesa enorme com o aluguer de geradores e com o gasóleo, limitando a 50 por cento a capacidade produtiva.
Entretanto, em vez de solucionar o problema, que passa pela falta de ligação de energia eléctrica na Área de Localização Empresarial (ALE) do Valado dos Frades, onde apenas está implantada a MD Plástics, o executivo municipal acusa os eleitos do PCP de defenderem a EDP e de não protegerem os interesses do município e dos munícipes. «Conhecendo todo o processo, como conhecemos, não aceitamos de forma nenhuma que se diga tamanho disparate, dito com o único objectivo de tentar atirar culpas para quem trabalha de forma honesta e desinteressada, sempre em prol de toda a população do concelho», afirmam, em comunicado, os comunistas.
No documento divulgado na passada semana, sublinha-se ainda que a CDU «sempre defendeu» e continua a «defender» o «aumento da produção nacional em todos os seus domínios, bem como o aumentar das exportações e criação de riqueza», assim como «a defesa dos trabalhadores tem que ser, a todos os níveis, uma prioridade».
«Foi exactamente esta falta de visão estratégica que nos levou a criticar a actuação do executivo municipal que, pela sua teimosia e procura constante de confronto, enfrentou a EDP com uma teoria que legalmente se manifesta incompreensível e que, aliás, os tribunais já condenaram», descreve a Coligação PCP-PEV, lembrando que «esta pequena guerra, que o executivo comprou e que já está a custar alguns milhares de euros a todos os nazarenos, prejudica grandemente a única unidade de produção instalada na ALE», unidade que, por causa da falta da ligação eléctrica, «está a produzir abaixo das suas capacidades» e «a não contratar mais trabalhadores como era sua intenção», além «de que pode até ter de vir a dispensar alguns».
No comunicado aborda-se também o «tão renegado» Programa de Apoio à Economia Local (PAEL), que o presidente da autarquia aceitou e aprovou quando chegou ao poder. «É importante que a população seja esclarecida com verdade e transparência, não com mentiras ou opacidade», sublinham os comunistas eleitos nas lista da CDU.