Grécia privatiza água sob pressão dos credores
O parlamento grego aprovou, dia 27, a transferência das companhias de água e saneamento de Atenas e Salónica para o chamado «fundo de privatizações», onde estão a ser concentradas todas as empresas públicas susceptíveis de serem privatizadas.
A lei, aprovada por 152 votos a favor e 141 contra, inclui igualmente a entrega da companhia pública de electricidade, a Indústria de Veículos Helena e o Metro de Atenas, além de repartições ligadas à Segurança Social e às Finanças.
Apesar de o ministro das Finanças ter ressalvado que estas empresas poderão ser objecto de concessão e não de venda directa, tal perspectiva não acalmou as centenas de pessoas que se manifestavam frente ao parlamento contra a privatização de organismos públicos ou aqueles que protestaram em Salónica, onde os trabalhadores da companhia de água cortaram o abastecimento à sede local do Syriza. Tanto mais que ao passarem para o fundo de privatizações aquelas empresas ficam fora da tutela do governo, cabendo ao conselho directivo do fundo, composto por três gregos e dois estrangeiros, tomar as decisões de acordo com a vontade da troika.
Em troca da alienação destas empresas estratégicas, o governo espera receber mais uma parte do terceiro resgate, acordado em 2015 com os credores, no valor de 2800 milhões de euros.
Para aceder a novos financiamentos, Atenas deverá ainda abrir o concurso para a construção de uma auto-estrada no Norte do País, alterar as regras de funcionamento da aviação civil, nomear novas administrações dos principais bancos e concretizar mais privatizações, entre outras medidas impostas pela troika.