INTENSIFICAR A ACÇÃO DO PCP

«Os tra­ba­lha­dores, o povo e o País pre­cisam de um PCP mais forte»

O ex­tra­or­di­nário êxito que cons­ti­tuiu a 40.ª edição da Festa do Avante! con­tinua a ter pro­jecção no tra­balho de re­forço do PCP e uma ine­gável re­per­cussão na vida po­lí­tica na­ci­onal. Quer pela sua enorme di­mensão, com des­taque para a vi­brante par­ti­ci­pação da ju­ven­tude, quer pelos seus con­teúdos po­lí­tico-cul­tu­rais cuja qua­li­dade, di­ver­si­dade e pro­fun­di­dade faz da Festa uma ini­ci­a­tiva de massas sem igual, quer ainda pela sua di­mensão in­ter­na­ci­o­na­lista e pelo am­bi­ente de fra­ter­ni­dade, ale­gria e tran­qui­li­dade ali vi­vidos. Foi de facto a mais im­por­tante re­a­li­zação po­lí­tico-cul­tural do nosso País e uma grande de­mons­tração de mi­li­tância, or­ga­ni­zação e dis­po­ni­bi­li­dade para a luta dos co­mu­nistas por­tu­gueses  in­dis­so­ciável do ideal e do pro­jecto por que lutam. 

É nesta luta que se in­sere a in­tensa acção do PCP, co­e­rente com o seu com­pro­misso de sempre com os tra­ba­lha­dores, o povo e o País, tudo fa­zendo pelo ob­jec­tivo ime­diato de levar mais longe a re­po­sição de ren­di­mentos e di­reitos que, em­bora de al­cance li­mi­tado, foi pos­sível no quadro da nova cor­re­lação de forças na As­sem­bleia da Re­pú­blica e que PSD e CDS, União Eu­ro­peia e sec­tores do grande ca­pital tudo fazem para in­ter­romper e re­verter.

De facto, à me­dida que se apro­xima a apre­sen­tação pelo Go­verno na As­sem­bleia da Re­pú­blica do Or­ça­mento do Es­tado para 2017, sobe de tom a gri­taria re­van­chista da­queles par­tidos vi­si­vel­mente ar­ti­cu­lados com a chan­tagem e as pres­sões dos cír­culos do­mi­nantes da União Eu­ro­peia apos­tados na rá­pida des­cre­di­bi­li­zação e pa­ra­li­sação da ac­tual so­lução po­lí­tica e de­se­josos do re­torno à ofen­siva da po­lí­tica de ex­plo­ração, em­po­bre­ci­mento e de­clínio na­ci­onal. Não os pre­o­cupa os ní­veis de de­sem­prego e pre­ca­ri­e­dade, a po­breza, a emi­gração for­çada, a dí­vida, a des­truição do apa­relho pro­du­tivo (no­me­a­da­mente com o imenso rol de pri­va­ti­za­ções que pro­mo­veram), os mi­lhares de mi­lhões de euros que «en­ter­raram» na banca pri­vada, a des­truição de ser­viços pú­blicos, as mais de mil fre­gue­sias que aba­teram, a si­tu­ação de ca­la­mi­dade so­cial em que, como go­verno, dei­xaram o País. Pre­o­cupa-os os avanços, a re­po­sição de ren­di­mentos e di­reitos, ainda que de al­cance li­mi­tado, e que, neste ca­minho, se possa ir mais longe, como re­clama o PCP.

O PCP vai pros­se­guir e in­ten­si­ficar a sua acção, pro­cu­rando so­lu­ções para os pro­blemas do País, exi­gindo que se apro­funde a re­po­sição de ren­di­mentos e di­reitos no Or­ça­mento do Es­tado para 2017, num quadro em que se de­sen­volve também a luta dos tra­ba­lha­dores em torno da acção rei­vin­di­ca­tiva nas em­presas e lo­cais de tra­balho, em que se en­quadra a se­mana de luta mar­cada pela CGTP-IN, de 26 e 30 de Se­tembro e das po­pu­la­ções em de­fesa de di­reitos.

  O PCP con­ti­nuará a di­na­mizar a sua acção, em que se in­serem as ini­ci­a­tivas de con­tacto com as po­pu­la­ções, com a par­ti­ci­pação do Se­cre­tário-geral, na Festa das Vin­dimas (Pal­mela), nas Festas da Moita e na Ma­deira, onde pôde vi­sitar as zonas re­cen­te­mente atin­gidas por in­cên­dios e que dei­xaram uma si­tu­ação de ca­la­mi­dade, de­nun­ciar mais uma vez a falta de uma po­lí­tica de efec­tiva pre­venção dos fogos flo­res­tais e re­a­firmar as pro­postas do PCP para esta área. Nesta acção se in­sere também a ini­ci­a­tiva do PCP an­te­ontem no Seixal em torno da gra­tui­ti­dade dos ma­nuais es­co­lares que, graças a uma pro­posta sua, este ano serão gra­tuitos para os alunos que fre­quentem o 1.º ano de es­co­la­ri­dade e que, no en­tender do Par­tido, se de­verá es­tender, no pró­ximo ano, a todos os alunos do 1.º Ciclo e, pro­gres­si­va­mente, a toda a es­co­la­ri­dade obri­ga­tória.

  O PCP irá re­a­lizar a acção de es­cla­re­ci­mento e mo­bi­li­zação dos tra­ba­lha­dores e do povo anun­ciada por Je­ró­nimo de Sousa na Festa do Avante!, em de­fesa do em­prego, dos di­reitos, da pro­dução e da so­be­rania, de­nun­ci­ando os prin­ci­pais cons­tran­gi­mentos que im­pedem o de­sen­vol­vi­mento do País – a sub­missão ao euro e à União Eu­ro­peia, a dí­vida pú­blica, o do­mínio por parte dos grandes grupos eco­nó­micos dos prin­ci­pais sec­tores de ac­ti­vi­dade, no­me­a­da­mente, a banca – e afir­mando a po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda que propõe ao País.

Pros­se­guirá igual­mente a cam­panha na­ci­onal «Mais di­reitos, mais fu­turo. Não à pre­ca­ri­e­dade», uma acção de de­núncia, mo­bi­li­zação e pro­testo face a este fla­gelo que atinge mais de um mi­lhão e du­zentos mil tra­ba­lha­dores, numa di­nâ­mica de ini­ci­a­tivas nas em­presas e lo­cais de tra­balho onde ele se ve­ri­fique.

Im­por­tante é também a acção em curso pelo re­forço da CDU nas elei­ções para a As­sem­bleia Le­gis­la­tiva Re­gi­onal dos Açores, a re­a­lizar a 16 de Ou­tubro.

Avança igual­mente a pre­pa­ração do XX Con­gresso do Par­tido. Com a pu­bli­cação das Teses – Pro­jecto de Re­so­lução Po­lí­tica, no Avante! da pró­xima quinta-feira, dia 22, no se­gui­mento da reu­nião do Co­mité Cen­tral de 17 e 18 de Se­tembro, en­tra­remos na sua ter­ceira fase pre­pa­ra­tória em que os mi­li­tantes são cha­mados a pro­nun­ciar-se sobre o texto em de­bate e a eleger os de­le­gados ao Con­gresso.

Um Con­gresso que as­sume uma ex­cep­ci­onal im­por­tância para o re­forço do Par­tido e cujo êxito re­sul­tará do nível de par­ti­ci­pação das or­ga­ni­za­ções e dos mi­li­tantes tra­du­zida na re­flexão, ex­pe­ri­ência e opi­nião in­di­vi­dual de cada um para a dis­cussão co­lec­tiva.

Os tra­ba­lha­dores, o povo e o País pre­cisam dum PCP mais forte. E, quanto mais forte for o PCP, mai­ores serão as pos­si­bi­li­dades de êxito na luta que tra­vamos pela de­fesa, re­po­sição e con­quista de di­reitos, in­dis­so­ciável da luta pela rup­tura com a po­lí­tica de di­reita, por uma po­lí­tica pa­trió­tica e de es­querda, por um Por­tugal com fu­turo.