- Nº 2232 (2016/09/8)

A NATO económica

Festa do Avante!

Se o TTIP for aprovado, o PCP exige que o tratado seja ratificado pelos parlamentos nacionais e, na Assembleia da República, votará contra.

O acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento, que está a ser negociado entre a União Europeia e os Estados Unidos, foi tema de um debate, no domingo de manhã. Moderado por Sofia Silva, da representação do PCP na UE, o debate «Não ao TTIP! Soberania e direito dos povos» contou com a participação de Miguel Viegas, deputado no PE, Carla Cruz, deputada na AR, Augusto Praça, dirigente sindical, e Pedro Santos, técnico agrícola.
As opiniões expressas coincidem: o TTIP é um tratado que visa liberalizar o comércio mundial e interessa ao grande capital dos EUA e das potências europeias, para institucionalizar o poder dos grandes grupos económicos sobre as soberanias nacionais.

O movimento sindical «rejeita frontalmente» o tratado, disse Augusto Praça, porque reduziria os direitos dos trabalhadores e atacaria serviços públicos, em especial nas áreas da saúde, educação e segurança social. Na mesma linha pronunciou-se Carla Cruz, para quem o tratado se traduziria num desmedido poder das multinacionais e dos monopólios. Para Pedro Santos, o TTIP de livre tem pouco e o objectivo é a liberalização do comércio. Já Miguel Viegas considerou-o «uma afronta à soberania dos estados», e que «só a luta dos povos o travará». E lembrou que, para Hillary Clinton, o TTIP é «a NATO económica» – e isso diz tudo.


Carlos Lopes Pereira