CGD pública e capitalizada
O Sindicato dos Trabalhadores da Actividade Financeira considera «profundamente importante e imprescindível a Portugal, enquanto país soberano, que a Caixa Geral de Depósitos intervenha na economia e seja regulador e referência no sector bancário, o que implica que mantenha como accionista único o Estado e esteja devidamente capitalizada».
Numa posição divulgada dia 26, sexta-feira, o Sintaf/CGTP-IN criticou o envolvimento de investidores privados no processo de recapitalização da CGD e alertou que a injecção de capital público não pode servir para diminuir a sua capacidade. O sindicato reagiu às informações divulgadas dois dias antes pelo Governo, sobre o acordo com a Comissão Europeia nesta matéria, reafirmando que «temos mais um forte ataque à CGD e uma clara tentativa de lhe retirar o lugar proeminente que detém no panorama financeiro português».
Para o Sintaf, os dados actuais «não permitem uma resposta mais profunda, já que não sabemos o destino das diversas componentes dos quantitativos envolvidos no processo de recapitalização». «Parece pouco claro» que uma tranche de cerca de 500 milhões de euros seja em acções da Parcaixa. E «grave também nos parece a notícia de que mil milhões de euros são associados a emissão de dívida junto de privados, o que poderá agravar o endividamento do Estado ou perspectivar uma possibilidade de entrada directa de capital privado na CGD, com as nefastas consequências que daí advirão».
O sindicato avisa que «os 2700 milhões de euros que entrarão na CGD não deverão ser para diminuir a sua intervenção e acção a nível nacional e internacional, apostando em despedimentos», mas devem servir como «instrumento que possa ter impacto visível na internacionalização das PME portuguesas e apoio à exportação, não descurando o apoio interno às pessoas e famílias e a necessária e importante ligação à diáspora, seja na captação dos seus recursos e poupanças, seja no seu apoio como bandeiras vivas do nosso País».
Sobre este tema, o PCP tomou posição em conferência de imprensa, no dia 25, como noticiamos na pág. 8 desta edição.