Mudança incerta
As eleições legislativas realizadas, domingo, 26, em Espanha, mantiveram no essencial o quadro resultante do sufrágio de 20 de Dezembro, que pôs fim à alternância PP/PSOE.
Espanhóis recusam maiorias absolutas
O Partido Popular de Mariano Rajoy voltou a ganhar o escrutínio (33% e 137 deputados), ficando longe da maioria absoluta, apesar de ter subido em percentagem (+4,3%) e número de deputados (+14), em relação à eleição de 20 de Dezembro.
O crescimento do PP foi proporcionado em grande parte pela queda do Ciudadanos, partido da mesma área política que obteve 13 por cento (-09%) e 32 deputados (-8).
Contrariando todas as sondagens incluindo as realizadas à boca das urnas, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) manteve-se como segunda força política. No entanto, viu a sua representação parlamentar diminuir de 90 para 85 deputados, apesar de uma ligeira subida de 0,7 pontos percentuais (de 22% para 22,66%).
Por sua vez, a coligação Unidos Podemos (e coligações regionais na Catalunha, Valência e Galiza) surgiu em terceiro lugar com 71 deputados e 21,1% dos votos, mantendo a representação parlamentar conquistada em Dezembro, separadamente, pelo Podemos (e coligações regionais em que participa) e pela Esquerda Unida, que elegeram então 69 e dois deputados respectivamente.
Os restantes partidos a eleger deputados foram a Esquerda Republicana da Catalunha (9 deputados), a Convergência Democrática da Catalunha (8 deputados), o Partido Nacionalista Basco (5 deputados), o Bildu (2 deputados) e a Coligação Canária-Partido Nacionalista Canário (1 deputado).
À excepção do Partido Nacionalista Basco, que perdeu um deputado e cedeu a primeira posição à coligação Unidos Podemos, os restantes partidos mantiveram os resultados das eleições anteriores, quer em percentagem quer em deputados.
A participação eleitoral foi de 69,8 por cento, percentagem semelhante à registada em Dezembro último (69,7%). Todavia, o número de votantes foi inferior em 1,3 milhões (24,2 milhões contra 25,4 milhões em Dezembro), o que reflectiu uma sensível redução, em 1,9 milhões, do número de inscritos (34,6 milhões contra 36,5 milhões nas eleições de Dezembro).