- Nº 2219 (2016/06/9)
Assembleias das organizações

Conhecer para intervir

PCP

As assembleias das organizações do Partido são, para além de momentos altos de análise da realidade, planificação da intervenção e reforço da organização, uma expressão de democracia interna.

Image 20521

A 10.ª Assembleia do Sector Intelectual do Porto do PCP, realizada no dia 4, contou com uma presença marcante de jovens diplomados no início da sua vida profissional. Nela foi feito o balanço da actividade do sector nos últimos anos em múltiplas lutas que foram travadas contra a política do anterior governo, assim como as iniciativas levadas a cabo, com realce para as que se dirigiram a trabalhadores da cultura, das artes e das ciências.

Presentes no debate estiveram igualmente as questões do emprego e da precariedade (não faltando referências à «ilusão do empreendedorismo»), os problemas concretos do subfinanciamento do Serviço Nacional de Saúde e a defesa de uma escola pública com qualidade, confrontada agora com as despudoradas exigências dos «lobbies» privados. A sobrexploração dos jovens juristas dos grandes escritórios ou dos jornalistas nos órgãos de informação foram outros assuntos abordados, a par das consequências da diminuição do Orçamento para a cultura e da dramática situação profissional de muitos bolseiros de investigação.

Do debate travado na assembleia sobressaiu um conhecimento profundo da realidade concreta das várias profissões e a determinação de agir para a transformar. Como? Com o reforço da organização do Partido, que não obstante os significativos progressos verificados terá de merecer uma atenção ainda maior, concluiu-se na assembleia.

Na intervenção de encerramento, Jorge Pires, da Comissão Política, valorizou o rico debate travado e a presença de militantes de diferentes gerações. Na resolução política, aprovada por unanimidade, foram identificadas as marcas da mercantilização, do alastramento de interesses privados e da exploração dos trabalhadores em áreas como a justiça, a saúde, a educação, a cultura ou a comunicação social. O reforço do movimento sindical e associativo e o desenvolvimento da luta de massas são tarefas determinantes que estão colocadas aos comunistas, a par do aprofundamento do trabalho unitário, que não pode depender de necessidades ocasionais, antes tem de merecer uma atenção continuada por parte dos organismos.

A direcção eleita, aprovada por unanimidade, reflecte a composição social, profissional, geracional e de género do sector: compõem-na 11 mulheres e 12 homens; 11 elementos têm menos de 40 anos.

Organizar e intervir

A Organização Concelhia de Guimarães realizou recentemente a sua 14.ª assembleia, que contou com a participação de Albano Nunes, do Secretariado, e com a presença de cerca de 100 militantes. O lema, «Organização e Luta. Intervenção e Alternativa», constituía um bom ponto de partida para o debate, onde se procedeu a um balanço da intervenção partidária nos últimos anos e se traçou objectivos para os tempos mais próximos, plasmados na Resolução Política, aprovada por unanimidade.

As questões relacionadas com a organização e intervenção do Partido estiveram em destaque no debate, tendo sido colocada uma tónica especial na importância de criar e reforçar células de empresa, comissões de freguesia e organizações de zona. Mas falou-se igualmente dos serviços públicos de saúde e educação e do direito à cultura, ao desporto e à Segurança Social, ao mesmo tempo que se reivindicou uma rede de transportes públicos com horários e preços acessíveis, que vá de encontro às necessidades da população. A Comissão Concelhia foi eleita por unanimidade.