Procurando ultrapassar os tempos de espera para cirurgias e exames complementares de diagnóstico, motivados pela falta de meios humanos e materiais, o Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV) está realizar protocolos «com entidades externas ou prestadores de serviços que se situam maioritariamente na zona do Baixo Vouga», informa, em nota de imprensa, a Comissão de Utentes da Saúde de Aveiro (CUSA).
No entanto, «por haver clínicas que cobram preços diferentes a nível nacional, o CHBV tem optado por outras bem mais distantes, tendo como único critério a poupança dos seus próprios recursos, mas ignorando que para os utentes a deslocação tem custos muito altos, quando não mesmo incomportáveis», acrescenta a comissão. Os relatos que chegam à CUSA são de propostas a utentes para cirurgias em Lisboa, Porto ou Coimbra.
Nos exames complementares de diagnóstico o cenário ainda se torna mais preocupante, uma vez que o CHBV não dispõe dos meios para realizar todos os exames complementares de diagnóstico de que necessita para o seguimento e tratamento dos seus doentes. Se, nalguns casos, isso se deve a insuficiência de material (por exemplo, não existe aparelho de ressonância magnética), noutros deve-se à insuficiência de recursos humanos, como o caso da especialidade de gastroenterologia, onde é grande o atraso para colonoscopias e endoscopias digestivas.
«Tendo em conta que foi retirada comparticipação do tratamento não urgente, doentes que já por si se encontram numa situação muito frágil têm de viajar para longe (Almada, Setúbal ou Porto) às suas custas para realizar os respectivos exames», contesta a CUSA.