Cerca de 30 mil nipónicos manifestaram-se domingo, 21, contra a reinstalação da base militar dos EUA em Okinawa, e a intervenção do Japão em conflitos além fronteiras.
O maior protesto ocorreu em Tóquio mas a agência de notícias Kyodo, citada pela RT, garante que iniciativas semelhantes aconteceram noutras cidades do arquipélago.
Na capital japonesa, os cerca de trinta mil participantes dividiram-se em duas acções convergentes: numa, cercaram simbolicamente o parlamento; noutra marcharam pelo centro da metrópole exigindo que o governo cancele a deslocação e ampliação da unidade norte-americana, de Ginowan para Henodo, ambas áreas densamente povoadas na ilha de Okinawa.
O projecto tem sido sucessivamente adiado nos últimos 20 anos devido à forte oposição popular e das autoridades locais, que pretendem ver-se livres da base. No desfecho da mais recente batalha, reiniciada em 2013, o governo central atropelou mesmo a autonomia municipal e regional ao desrespeitar um conjunto de decisões, de legitimidade democrática e legal exemplares, justamente porque foram contrárias à deslocação e ampliação das instalações militares dos EUA.
Nos protestos em Tóquio rejeitou-se igualmente o pacote legislativo, aprovado em Setembro do ano passado, com o apoio do governo liderado por Shinzo Abe, que permite ao Japão voltar a intervir em guerras no estrangeiro.
A sanha belicista nipónica é contestada por vários partidos da oposição – entre os quais o Partido Democrático, o Partido Comunista e o Partido da Inovação –, os quais defendem que as normas votadas no parlamento contrariam a Constituição do país e, nesse contexto, não podem entrar em vigor.
O artigo 9 da Constituição do Japão renuncia ao uso da força como meio de definição de disputas internacionais, e outorga às forças armadas do país um papel meramente defensivo em caso de ameaça ao território. Algo com o que a maioria dos japoneses concorda, indicam as sondagens mais recentes, referidas pela agência Prensa Latina.