Haitianos contra fraude
Milhares de haitianos continuam a contestar os resultados da primeira volta das presidenciais no país, realizadas a 25 de Outubro. A contestação, que assumiu a semana passada contornos violentos, obrigou a autoridade eleitoral a adiar a segunda volta da consulta popular, convocada para 24 de Janeiro.
Jovenel Moise, candidato apoiado pelo actual presidente Michel Martelly, foi dado como vencedor da primeira volta das eleições para chefe de Estado, à frente de Jude Célestin, ex-ministro de Martelley. O povo recusa aceitar o escrutínio e depois de o conselho eleitoral ter cedido na instalação de uma comissão de inquérito (a qual acabou por concluir a existência de irregularidades), pretende, agora, que os responsáveis sejam levados à Justiça e exige eleições transparentes.
No domingo, 24, uma manifestação pacífica invadiu o centro da capital haitiana. Segundo a Lusa, muitos dos participantes transportavam imagens de Jean-Bertrand Aristide, figura histórica do partido Lavalas, a cuja candidata, Maryse Narcisse, foram atribuídos apenas sete por cento dos votos.
Na quarta-feira, 20, num protesto frente à embaixada dos EUA em Porto Príncipe, acusou-se Washington de colaborar na fraude para roubar as riquezas naturais da ilha caribenha.