Um comício vibrante em Faro encerrou a jornada algarvia de campanha de Edgar Silva, no dia 15, durante a qual participou também em acções de contacto com as populações em Silves e Vila Real de Santo António.
«Valeu a pena vir a Silves para ter este acolhimento», disse Edgar Silva na sexta-feira de manhã, no decorrer da primeira de duas grandes acções de contacto com as populações no Algarve. À tarde, em Vila Real de Santo António, foi recebido com doses iguais de entusiasmo e simpatia.
No Barlavento e no Sotavento, partindo da Câmara Municipal de Silves ou do Centro de Trabalho do PCP em Vila Real, o candidato à Presidência da República fez percursos idênticos: seguido e apoiado por comitivas numerosas, que em nenhum momento deixaram de fazer sentir a presença da sua candidatura em terras algarvias, Edgar Silva percorreu zonas comerciais, entrou em lojas e cafés, cruzou-se com transeuntes, cumprimentando-os ou sendo por eles abordado, e, quase sempre, o resultado foi o mesmo: carinho e simpatia, sorrisos e abraços, apoio e votos de «boa sorte», de uma «boa campanha», de «muita força».
Em Silves, o candidato retribui a saudação e agradeceu os cumprimentos de quem se juntou à entrada de uma loja, desejando-lhes «muita força para todas as lutas» e pedindo-lhes «que ninguém falte no dia 24!». Acompanhado, entre outros, por Rosa Palma, presidente da Câmara, Benvindo Sanches de Barros e António Mendonça, mandatários concelhio e distrital da candidatura, respectivamente, e Vasco Cardoso, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, Edgar Silva saudou o poder local democrático, numa curta intervenção final, recordando que Silves é terra de resistência antifascista, de gente que tudo deu para que Abril pudesse triunfar. E, neste contexto, redobrou o apelo à mobilização de todos «para esta tarefa de fazer que os valores de Abril triunfem a 24 de Janeiro».
O mesmo apelo foi feito, à tarde, nas ruas de Vila Real de Santo António, entre saudações e abraços, e também no final de uma curta intervenção, em que assegurou: «Podem contar comigo os defensores da democracia e da liberdade, os trabalhadores, os que exigem um Portugal diferente.» Acompanhado pelo mandatário distrital da candidatura, por José Travassos, mandatário concelhio, e por José Cruz, vereador local da CDU, Edgar Silva disse que «para que Abril possa vencer no dia 24, é preciso chamar muitos, muitos outros para o voto». E insistiu: «Que ninguém falte na hora de votar para que Abril possa triunfar!»
Regionalização, desígnio por concretizar
Em Silves, o candidato à Presidência da República fez uma firme defesa da regionalização. Logo de início, ao ser recebido pela presidente na Câmara Municipal, disse que «a regionalização é um compromisso que muito requer da parte do Estado e, em particular, do Presidente da República (PR). Foi uma espécie de introdução à abordagem alongada do tema, que realizou sensivelmente a meio da arruada, numa declaração à comunicação social. Então, afirmou que a «mediação regional entre o Estado central e as autarquias é determinante para o desenvolvimento», tendo acrescentado que o «PR deve ser não só a voz avançada na defesa do poder local», «mas deveria ser, tal como a Constituição (CRP) consagra, o paladino na defesa da regionalização».
Questionado sobre a necessidade de um referendo, o candidato disse que não é necessário, explicando que «não vale a pena impor mais e mais dificuldades», colocar mais obstáculos com o propósito de impedir a concretização da descentralização, que a CRP reconhece como importante, «para melhor servir o povo, as populações, e garantir um Portugal mais justo e desenvolvido».
Sobre o decorrer da campanha e sondagens anunciadas, Edgar Silva mostrou-se convicto de que «todo este ambiente de acolhimento e alargado apoio terá uma expressão eleitoral».
Apoio crescente e vibrante
Falando para mais de 300 pessoas no comício que encerrou, em Faro, a jornada de campanha algarvia, Edgar Silva destacou a dinâmica crescente de apoios à candidatura e, tal como fizera em Silves e Vila Real de Santo António, apelou à mobilização de todos para que, no dia 24 de Janeiro, os valores de Abril possam vencer.
Com o auditório da Escola Superior de Saúde à pinha e com um entusiasmo que se fez notar do princípio ao fim do encontro, o candidato à Presidência da República afirmou que «há sementes de Abril que estão a germinar» e que «vão dar frutos», em alusão a uma candidatura que reúne cada vez mas apoios e em torno da qual – disse – se intensifica a mobilização.
Referindo-se aos compromissos que a candidatura assume e tendo em conta a realidade algarvia, Edgar Silva alertou para os perigos da dependência da monocultura do turismo, insistiu na defesa da regionalização, bem como na defesa dos direitos, entre eles, ao trabalho com direitos, à saúde, à mobilidade – «já é tempo de devolver ao Algarve o direito à mobilidade», disse –, depois de salientar o papel interventivo e mobilizador que o PR deve assumir: «Deve exortar, mobilizar para o cumprimento da Constituição.»
Compromissos distintivos
Edgar Silva afirmou que a sua candidatura assume três compromissos fundamentais que a distinguem de todas as outras quanto ao papel do PR: que a sua voz seja a da língua portuguesa, a da defesa dos interesses dos portugueses; que tenha um coração de carne, não insensível aos problemas da sociedade, dos pobres; que seja um amante incansável da liberdade e da democracia.
Antes de concluir a sua intervenção, exortou os presentes a não se resignarem à escolha do «mal menor» e disse: «Ergamo-nos todos para que a hora do virar de página possa ser materializada no dia 24 de Janeiro. Esta é a hora de decidir e a decisão está nas nossas mãos.»
Grande animação
Antes do candidato presidencial, interveio o seu mandatário distrital e concelhio, António Mendonça, que pediu que «nem um voto se perca no dia 24». Foi também ele que apresentou a mesa que presidiu ao comício: o próprio, vários mandatários concelhios da candidatura no Algarve, Paulo Sá, deputado da CDU eleito pelo círculo de Faro, Joaquim Correia, do Partido Ecologista «Os Verdes», Vasco Cardoso, da Comissão Política do Comité Central do PCP, Manuela Pinto Ângelo, do Secretariado do Comité Central. As primeiras palavras de António Mendonça foram de agradecimento para o grupo charoleiro Flor de Lis, da freguesia de Santa Bárbara de Nexe, cuja actuação deixou a sala em êxtase.